Opinião
Mais jornalistas nas prisões turcas
A violenta purga que o Presidente da Turquia, Erdogan, lançou sobre militares, magistrados, jornalistas, intelectuais, etc. atinge mais de 60 mil pessoas. Muitas delas foram presas, acusadas de pertencerem à facção do antigo aliado de Erdogan, mas agora seu inimigo, Fetullah Gulen, que reside nos Estados Unidos.
A purga é tão vasta e foi lançada tão rapidamente após o recente golpe militar falhado que permite especular se não terá sido algo orquestrado pelo próprio Erdogan, na sua ânsia de poder absoluto. Seja como for, os jornalistas e os “media” já antes do golpe eram alvo de uma forte repressão na Turquia.
Julho 16
Essa repressão agravou-se agora, como seria de esperar. 42 jornalistas turcos foram presos. Após o golpe falhado, Erdogan declarou à cadeia de televisão France 2 que os meios de comunicação que apoiaram o golpe de Estado pagariam o preço.
Assim, além das prisões, foram retiradas licenças a 24 estações de rádio e de televisão. A 34 jornalistas, além dos detidos, foram retiradas as carteiras profissionais. É, na prática, o fim da liberdade de expressão na Turquia, onde são cada vez menos os sinais de uma democracia digna desse nome.