Jornalistas assassinados na UE
A liberdade de informação tem dado alguns passos atrás. E não só nos regimes ditatoriais em países pouco desenvolvidos. Nem apenas na Rússia de Putin ou na Turquia de Erdogan. É chocante saber que na própria União Europeia essa liberdade está a ser coartada nas chamadas “democracias iliberais” – na Polónia e na Hungria, sobretudo, mas também, embora em menor grau, na Roménia.
Mais grave ainda, há países da UE onde jornalistas que investigam casos de corrupção incómodos para os respectivos governos são assassinados. É o caso, nomeadamente, da Eslováquia, onde foram mortos o jornalista Jan Kuciak e a sua noiva, e de Malta, onde foi assassinada à bomba a jornalista Daphne Caruma Galizia. Como já foi aqui noticiado, um grupo de jornalistas de vários países está a prosseguir a investigação que levou ao assassínio de Daphne.
Salientou há dias o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, na sua coluna no jornal “Público”, que entre nós se fala muito do “iliberalismo” da Polónia e da Hungria, mas quase nada dos homicídios de jornalistas na Eslováquia e em Malta. Tem razão o eurodeputado. É que estes assassinatos representam um alarmante retrocesso de civilização e uma afronta aos valores matrizes da integração europeia.
Por isso não é aceitável a escassa reacção dos dirigentes europeus, das opiniões públicas dos Estados membros da UE e da própria comunicação social europeia a tais crimes.