Mesmo sem canais de streaming, como o Netflix, qualquer assinante de um dos operadores pode escolher o que quer ver em determinado momento e já não precisa de estar à frente da TV para seguir um filme ou uma série – e a oferta de canais gratuitos com esta tipologia de programação é enorme.

No entanto, há dois conteúdos que  só funcionam em directo –notícias e transmissões desportivas, nomeadamente de futebol. Por isso os dez programas que maior audiência alcançaram este ano, até agora,  foram transmissões de jogos de futebol, quer do Mundial, quer da Liga dos Campeões, quer de competições nacionais.

Se nos canais generalistas a tendência é esta, no payTV o círculo completa-se com a consolidação da CMTV como líder indicutível dos canais de cabo e em quatro lugar global no ranking das audiências: TVI, SIC, RTP1 e CMTV.

A afirmação do canal do grupo Correio da Manhã deve-se  à sua cobertura noticiosa muito rápida, sobretudo nos casos de acidentes,  catástrofes ou incidentes graves, além da aposta em transmissões desportivas de diversas modalidades e também de especiais sobre os grandes jogos de futebol.

Outro canal que tem vindo a subir é a Globo, neste momento o segundo mais visto da payTV. A SIC Notícias que dantes liderava este sector ocupa agora a quarta posição. Nos canais infantis a Disney é líder, nos filmes a Hollywood e nas séries a FOX. A RTP2 tem andado pela décima posição global. A Sport TV+, uma novidade este ano, tem andado no Top 15 do payTV e a RTP3 (ex RTP Informação) muitas vezes nem entra no top20.

No final de Novembro o conjunto dos três canais generalistas significava 52,8% do total da audiência - todo o resto do consumo de televisão é feito no conjunto dos canais e cabo e nos canais de streaming – onde além do Netflix o YouTube ocupa cada vez um lugar maior devido aos públicos mais novos.

Na realidade TVI, SIC e RTP1 conseguem apenas captar pouco mais de metade dos espectadores regulares de televisão, uma queda assinalável em relação ao que se passava há alguns anos – o conjunto de canais de cabo é só por si responsável por cerca de 37% da audiência e o restante vai para outros conteúdos visualizdos nos ecrãs de televisão – nomeadamente o streaming.

 

E NA INTERNET, COMO ESTÃO AS TELEVISÕES?

Recentemente a Marktest divulgou um ranking de audiências de sites de televisão. Nos números mais recentes conhecidos o site da TVI alcançou quase 1,8 milhões de pessoas, a SIC ficou em segundo lugar, a MEO em terceiro, a NOS em quarto e a Globo em quinto. O top ten é completado pela RTP em sexto, a Vodafone em sétimo, a Netflix em oitavo, a BBC em nono e a Nowo em décimo.

Se em vez de número de pessoas contarmos o número de pageviews, a TVI consinua a liderar, mas o segundo lugar é da NOS e o terceiro da Netflix. Se a medida for o tempo dedicado em cada site a TVI continua a liderar, mas a Netflix ocupa a segunda posição, a muita distância do terceiro classificado, a NOS. Os dados do estudo netAudience indicam ainda que cerca de 3 de cada 4 visitantes da Netflix tem menos de 35 anos.

 

NETFLIX GANHA TERRENO INTERNACIONALMENTE

Um recente estudo internacional mostra que os espectadores de televisão vão cada vez mais à procura de determinados conteúdos em vez de terem uma atitude passiva de seguirem uma grelha de programas tradicional.

Esta tendência acentua-se em espectadores abaixo dos 45 anos e, pela primeira vez nesse segmento de idade,  há uma maioria que diz  ter mais programas preferidos na Netflix que em qualquer canal tradicional de televisão.

Por outro lado cresceu também a percentagem de espectadores que só vai à procura de determinado programa e se dispõe a vê-lo se achar que tem uma boa probabilidade de  gostar dele – baseado em opiniões de outros espectadores ou na capacidade de comunicação dos produtores.

Isto quer dizer que os espectadores estão a ficar cada vez mais selectivos e activos, rejeitando a ideia de consumirem o que lhe põem à frente.

Um terço dos inquiridos no estudo indica que o seu programa favorito do último ano foi exibido pela Netflix e a maioria diz que usa preferencialmente serviços de tv online (como YouTube, Amazon e diversas outras plataformas especializadas), em detrimento de serviços tradicionais e de cabo.