A nova corrida em cima da hora
Nada de novo, porém, não fosse o caso de aquela informação estar a percorrer e a alimentar os novos caminhos do jornalismo. Não sou capaz de medir a eficácia do esforço daquelas centenas de profissionais que “despacham” o básico da informação, introduzem imagens e, em cima da hora, mostram o que há para ver e saber. É a nova versão de uma velha corrida – mas que leva “tudo”, as fotos, as imagens, a voz, a palavra escrita! E, naquele mesmo instante, sites e blogues especializados de toda a europa disponibilizam isto tudo. Que ainda na sala vemos no smartphone!
Sou incapaz de medir a eficácia deste esforço, repito, mas quem gere a importância dos canais de distribuição da informação nas marcas de automóveis, movimenta orçamentos fantásticos, tem de apresentar contas e leva estas coisas muito a sério, tem poucas dúvidas: aposta no trabalho destes nossos novos camaradas – alguns acredito até sem formação jornalística – que levam o fundamental da informação à rede.
Muitos títulos prestigiados – e são cada vez mais! – não deixam de concorrer com eles e também na hora actualizam os seus sites com a informação, que hão-de complementar com omaterial do press-kit que hoje está numa pen-drive – os preços, as versões, tudo para cada mercado.. Ah, è verdade, a pen que já nem tem as fotos, essas estão disponíveis através daquele endereço que está no cartão distribuído na sala quando começa o “espectáculo”. Que também tem filmes.
Desde sempre ligado a uma informação muito elaborada, o sector automóvel foi dos primeiros a explorar as virtudes da internet. Diz quem sabe entre os grandes construtores que a aposta tem sentido e dá resultados. Por isso, cresce a verba da publicidade para ali canalizada. Por isso, em cada apresentação, são cada vez mais, os “simples” bloguers que engrossam a lista dos jornalistas convidados. Montam câmaras, têm luzes, trabalham com afã… E estão cada vez mais à-vontade entre os mais antigos que vão limitar-se a trabalhar o material para o “papel”.
Portugal não passa ao lado do fenómeno. Não interessa entrar em grandes dissertações sobre a qualidade deste tipo de informação. Como em tudo, há bom, mau e até grandes “flops”. Faltarão regras, com certeza. E há sempre a questão da credibilidade. O leitor fará o seu juízo. E as empresas de comunicação também. A Cofina acaba de lançar no site do grupo o seu espaço dedicado ao automóvel. O “Observador” vai no mesmo caminho. Uma prova de que há realidades que não devem ser escamoteadas.
O automóvel representa um dos caminhos da especialização no jornalismo. É realidade antiga – e o interesse crescente de títulos prestigiados prova disso mesmo. Sempre, claro, com os comerciais a pensar em mais algumas receitas pois hoje escasseiam os filões publicitários… Não deve ser o caso – mesmo que as marcas estejam atentas e, até ver, apostadas nos novos meios de veicular aquilo que lhes interessa. Mas também por isso, num tempo de tantas dificuldades, estar atento é imprescindível. Sobretudo quando no papel a realidade continua a ser preocupante.
Considerar o automóvel fonte de informação que não pode faltar nos jornais e nos seus sites é importante – automóvel tratado, é claro, de forma profissional. Aqui ao lado, em Espanha, há bons exemplos. Estão em todas “nuestros hermanos”! Como franceses, ingleses, alemães, italianos. E não apenas por serem países construtores…