O jornalista e escritor francês Bernard Pivot morreu no passado dia 6 de Maio, aos 89 anos, em Paris, noticiou a agência France Presse (AFP).

Bernard Pivot “pôs milhões de franceses a ler”, refere a AFP, citada pelo Expresso, numa referência aos programas de televisão de divulgação cultural que o jornalista apresentou durante três décadas.

Em 1975, estreou o seu primeiro programa de sucesso, "Apostrophes", que se tornou um espaço de referência cultural na televisão francesa.

Durante mais de 15 anos, Pivot entrevistou escritores e intelectuais como Vladimir Nabokov, Marguerite Duras, Marguerite Yourcenar, Umberto Eco, Roland Barthes e Pierre Bourdieu. O jornalista entrevistou, ainda, políticos, entre os quais o presidente francês François Mitterrand.

Em 1991, "Apostrophes" deu lugar a "Bouillon de culture", no qual Bernard Pivot alargou o universo dos livros, ao cinema e a outras formas de arte, lembra o Expresso.

Com este programa, o jornalista veio a Lisboa, durante a Expo’98, tendo entrevistado a escritora Lídia Jorge, o cineasta Manoel de Oliveira e o então ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho.

Depois do fim de "Bouillon de culture", em 2001, Pivot manteve presença regular na televisão até 2005.

O presidente francês Emmanuel Macron definiu Bernard Pivot como "popular e exigente, querido no coração dos franceses", lembrando que o jornalista viveu "com o espírito francês da conversa, da curiosidade e da 'gourmandise'."

Nascido em 5 de Maio de 1935, em Lyon, Bernard Pivot cresceu numa família de pequenos comerciantes e era apaixonado por História e pela língua francesa.

Estudou Direito e Jornalismo, tendo-se estreado como jornalista no suplemento literário do diário Le Figaro, em 1958, que veio a dirigir, antes de se ter mudado para a televisão, em 1973.

Membro da Académie Goncourt desde 2004 e presidente de 2014 a 2019, a sua biografia literária inclui vários ensaios e dois romances.

(Créditos: ActuaLitté, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons)