O Ministério da Informação da Síria diz que cancelou as credenciais de dois jornalistas locais que trabalham para a BBC, acusando a emissora britânica de cobertura “falsa” e “politizada”. A BBC, por seu lado, diz que continuará a fornecer notícias imparciais.

As credenciais de um correspondente não identificado e de um operador de camera foram revogadas, após “informações e relatórios subjectivos e falsos” sobre a Síria, informa o Ministério no seu site, para além de ter considerado outras reportagens da BBC como “politizadas”.

Contactada pela Reuters, a BBC disse que o seu serviço de notícias em árabe oferecia reportagens imparciais e independentes, uma vez que fala com pessoas de todo o espectro político.

A Síria, devastada pelo conflito desde 2011, ocupa a 175ª posição entre 180 no índice de liberdade de imprensa compilado pelos Repórteres Sem Fronteiras. O governo e outras autoridades impõem limites à cobertura dos media e exigem credenciais e permissões para poderem fazer as reportagens.

A Síria não especificou quais eram as reportagens em causa. No entanto, a BBC publicou uma reportagem, recentemente, na qual se disse que existem “ligações directas” entre o comércio de uma anfetamina conhecida como captagon, a família do presidente Bashar al-Assad e os militares sírios.

A Síria já tinha negado ter participado no comércio de captagon. Mas, os EUA, a Grã-Bretanha e a UE culparam o governo da Síria pela produção e exportação da droga.