Uma jornalista de Hong Kong, de seu nome Bao Choy Yuk-ling, ganhou um recurso que anula a sua condenação por acesso indevido a uma base de dados de veículos, enquanto investigava uma operação policial contra os manifestantes que estiveram nos protestos antigovernamentais, em 2019.

A jornalista terá prestado, alegadamente, falsas declarações ao Departamento de Transportes, para aceder à base de dados de registo automóvel, quando procurava investigar a resposta da polícia a um ataque a manifestantes. Por esse motivo, em abril de 2021, um tribunal local multou Choy em seis mil dólares de Hong Kong (769 euros).

Agora, os cinco juízes do tribunal de última instância de Hong Kong, onde se encontra o lusodescendente Roberto Ribeiro, decidiram por unanimidade, anular a condenação e a sentença.

Na sua decisão, os juízes classificam a investigação de Choy como "jornalismo de boa-fé" e afirmam que "as questões de falsidade e conhecimento foram erroneamente decididas contra a apelante".

Choy diz estar feliz com a decisão e enfatiza a importância da liberdade de imprensa e de expressão, constitucionalmente protegidas, na região semiautónoma chinesa.

A jornalista da emissora pública RTHK, que foi suspensa desde a altura da sua acusação, diz que espera que seja uma notícia encorajadora para todos os repórteres que ainda trabalham no território.

A história de Choy, intitulada "7.21 Quem é dono da verdade", ganhou o prémio de documentário, em língua chinesa, da organização não-governamental Human Rights Press, em 2021.

Hong Kong caiu mais de 60 lugares, e encontra-se neste momento, no 148.º lugar na classificação relativa à liberdade de imprensa, divulgada, recentemente, pela organização internacional não-governamental Repórteres Sem Fronteiras.