No total, a Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) identificou a detenção de 320 jornalistas, até à data do censo de 1 de dezembro de 2023. Este é o segundo maior número registado pelo CPJ desde o início do censo em 1992, que descreve como “um barómetro perturbador do autoritarismo enraizado de alguns os governos determinados a sufocar vozes independentes”. 

Israel surge como um dos principais países a deter jornalistas, isto, após o início da guerra Israel-Hamas, a 7 de outubro. Israel ficou em sexto lugar - empatado com o Irão – atrás da China, Myanmar, Bielorrússia, Rússia e Vietname, respectivamente.

Alguns governos vão mais longe, recorrendo à repressão transnacional para ameaçar e assediar repórteres além das suas próprias fronteiras. As acções intimidatórias da Rússia, por exemplo, incluíram uma série de mandados de captura para jornalistas russos que vivem noutros países. Já a Etiópia forçou o regresso de um jornalista exilado para enfrentar acusações de terrorismo depois de o ter mandado prender em Djibuti. 

A investigação do CPJ revela ainda que 168 dos jornalistas incluídos no recenseamento são alvos de notícias falsas e de acusações contra o Estado, como terrorismo, em retaliação pela sua cobertura crítica.

Em 66 dos casos identificados, as pessoas detidas ainda não foram informadas das acusações de que são alvo. Muitas vezes, as autoridades prolongam a detenção de jornalistas antes da acusação e antes do julgamento, e os próprios advogados dos jornalistas enfrentam retaliações em todo o mundo.