Os media foram convidados para um evento, na Índia, denominado por Diálogo Empresarial Índia-Rússia, mas a minutos do seu início foram informados de que o mesmo seria, afinal, realizado à porta fechada.

A Federação da Câmara de Comércio e Indústria da Índia (FICCI) enviou um convite por e-mail aos media para assistirem ao discurso do ministro das relações internacionais da Índia, S. Jaishankar, e do vice-primeiro ministro e ministro da indústria e comércio da Rússia, Denis Valentinovich Manturov.

O evento estava marcado para as 10h30, e os media já tinham começado a reunir-se no exterior mas, por volta das 10h20, receberam um e-mail com a seguinte informação: “Acabámos de receber uma actualização de que o evento acima designado será realizado à porta fechada. As nossas sinceras desculpas pelo inconveniente.”

No entanto, os media foram autorizados a ouvir os discursos dos ministros.

O assunto veio à tona em alguns sectores quando o chefe da sucursal do Financial Times South Asia, John Reed, publicou no Twitter: “acabo de ser expulso deste evento (para o qual fui convidado e registado), por motivos de segurança”.

Mais tarde, Reed voltou ao Twitter para dizer que a pessoa que o “barrou” era russa e que a FICCI tinha enviado o e-mail já referido, mas a pouco minutos do evento.

Uma jornalista indiana, que também estava no evento, confirmou que um funcionário da embaixada russa pediu que ela saísse, assim que chegou ao local. “Não tinha visto o e-mail de que era um evento à porta fechada. Quando cheguei, um oficial russo dirigiu-se a mim e disse: "saia". Foi um pouco chocante ouvir aquilo, naquele tom”, disse Nirmala Ganapathy, que escreve para o Strait Times, com sede em Singapura.

A jornalista também observou que os jornalistas russos e indianos que estavam dentro do salão do hotel de cinco estrelas, também foram convidados a levantar-se e a deixar o local.

Os jornalistas esperaram do lado de fora do evento, na esperança de falar com os participantes, assim que eles saíssem.

Após algumas discussões entre autoridades russas e indianas, os repórteres, que ainda estavam no exterior foram, entretanto, autorizados a entrar no salão para ouvir os discursos dos dois ministros. “Acho que houve alguma negociação e entrámos, cerca de uma hora depois de chegarmos”, disse Ganapathy.