O príncipe Harry acusou a imprensa de "vil", no Tribunal Superior de Londres. Num testemunho que durou quase cinco horas, no âmbito do processo contra a Mirror Group Newspapers (MGN), o duque de Sussex acusou os tablóides britânicos de terem destruído a sua adolescência e as suas relações, arrastando as suas críticas ao governo britânico: “a um nível nacional neste momento, o nosso país é julgado tanto pelo estado da imprensa como do nosso governo, acredito que ambos bateram no fundo”, afirmou.

“Sinto hostilidade por parte da imprensa desde que nasci”, disse o príncipe ao advogado que defende o MGN.

Harry considera que os media são um “espaço inacreditavelmente perigoso” e que até o governo os teme. Por isso, por entre as suas declarações, deixou a questão: “quanto mais sangue vai manchar os dedos que escrevem, até que alguém ponha fim a esta loucura?”.

O príncipe, por sua vez, foi questionado sobre a fonte de informação dos artigos implicados na acção judicial, e Harry disse repetidamente que essa pergunta deveria ser feita ao jornalista que os escreveu. Recorde-se que o duque de Sussex lançou acções jurídicas contra jornais britânicos, aos quais acusa de obterem informações de forma ilegal, nomeadamente escutas telefónicas.

Harry escolheu 33 artigos, sobre os quais afirma que são a prova de que as suas informações foram obtidas de forma ilícita.

Morgan, um dos jornalistas visados na acusação, agora apresentador e radialista, que trabalha para a News Corp, sempre negou qualquer envolvimento em escutas telefónicas ou outras actividades ilegais.

A MGN, actualmente propriedade do grupo Reach, já admitiu que os seus títulos estiveram envolvidos em escutas telefónicas, mas continua a defender que não há provas de que Harry tivesse sido uma das vítimas.