A Rússia vai manter o jornalista americano Evan Gershkovich sob custódia por mais dois meses enquanto aguarda julgamento por espionagem, decidiu um tribunal de Moscovo, aumentando as preocupações sobre o destino daquele profissional.

O Wall Street Journal denunciou a continuação da detenção do seu jornalista como um "ataque descarado e ultrajante" à liberdade de imprensa.

Numa audiência à porta fechada, na terça-feira, o tribunal de Moscovo prolongou a detenção de Gershkovich até 30 de janeiro, um resultado esperado num país que raramente liberta prisioneiros com acusações graves antes do julgamento.

O Wall Street Journal classificou a continuação da sua detenção como um "ataque descarado e ultrajante" à imprensa livre, apelando à sua libertação imediata.

"Evan está preso injustamente há quase 250 dias e cada dia que passa é um dia demasiado longo", declarou o jornal em comunicado.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia afirma que o repórter estava a tentar obter informações secretas sobre uma fábrica de armas russa, dizendo que foi "apanhado em flagrante".

A equipa jurídica de Gershkovich e os seus apoiantes rejeitaram as acusações como infundadas.

Os Estados Unidos declararam que Gershkovich foi "detido injustamente" e acusaram a Rússia de o utilizar para "diplomacia de reféns".

Gershkovich é o primeiro repórter ocidental a ser preso por espionagem na Rússia desde a era soviética e pode apanhar até 20 anos de prisão se for condenado.