O site de jornalismo de investigação The Intercept despediu 15 colaboradores, incluindo o editor-chefe, Roger Hodge, anuncia o The Wrap.

A publicação justifica a decisão com as dificuldades financeiras gerais no sector. “Para nos tornarmos sustentáveis, temos de fazer algumas mudanças, o que infelizmente inclui a redução de 15 pessoas na organização”, cita o The Wrap.

Além dos despedimentos, a organização anunciou que irá tomar outras medidas para reduzir as despesas, incluindo “cortes significativos nos salários da chefia”.

Esta decisão surge numa altura em que várias outras publicações têm anunciado a redução das suas equipas, incluindo o Los Angeles Times, que despediu recentemente 115 colaboradores, mais de 20% da redacção, a National Geographic e a revista Time.

O The Intercept, várias vezes premiado, é conhecido pelos seus projectos de investigação jornalística, entre os quais as reportagens na sequência da denúncia dos sistemas de vigilância global norte-americana, a partir dos documentos da NSA (National Security Agency) revelados por Edward Snowden, bem como um conjunto de peças no âmbito da Operação Lava Jato, no Brasil, sobre a eventual interferência política no processo (este trabalho foi publicado na edição brasileira, The Intercept Brasil).

A publicação esteve também já envolvida em várias polémicas. Em 2020, por exemplo, um dos jornalistas fundadores do projecto, Glenn Greenwald, abandonou a equipa depois de, segundo ele, ter sido censurado pelos editores acerca da publicação de uma peça crítica de Joe Biden. A publicação rejeita as críticas.

O The Intercept foi fundado em 2014 e é uma organização sem fins lucrativos, que actualmente conta com Maria Ressa, jornalista filipina vencedora do prémio Nobel da Paz em 2021, como membro da direcção.

(Crédito da fotografia: Andrew Neel no Unsplash)