Situação no Global Media Group sem solução à vista
A situação no Global Media Group (GMG) continua sem resposta, levando os jornalistas a desencaderem uma greve de 24 horas, que culminou com a concentração, em frente às Torres de Lisboa, de largas dezenas de trabalhadores do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), da rádio TSF, do Dinheiro Vivo (DV), do desportivo O Jogo, entre outros títulos. No local, marcaram também presença trabalhadores de outros órgãos de comunicação social em solidariedade com os jornalistas do Grupo.
Os trabalhadores aprovaram uma resolução na qual defendem a continuação da luta “até que haja uma clarificação do projecto do Grupo e garantias da salvaguarda dos postos de trabalho e do pagamento do salário de dezembro e do subsídio de Natal”.
Os jornalistas estiveram em greve para exigir o pagamento do salário de dezembro e do subsídio de Natal e após a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, ter anunciado que iria negociar com carácter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) já expressou a sua preocupação, considerando estes acontecimentos recentes como um "ataque fulminante" aos órgãos de comunicação social do GMG, e que protagoniza "uma das mais aterradoras incursões na Liberdade de Expressão, na Liberdade de Imprensa e na Liberdade de Criação dos jornalistas da história da Democracia".
A CCPJ alertou ainda para a necessidade de agir imediatamente, destacando que, se não houver acção, o jornalismo poderá tornar-se uma memória, enfatizando a importância da liberdade de expressão e imprensa para a democracia.
Nos desenvolvimentos mais recentes, Marco Galinha accionou uma providência cautelar para proteger seus direitos no Global Media Group (GMG), segundo o Expresso. Essa medida, se aprovada, pode suspender a administração do Grupo, incluindo a gestão executiva de José Paulo Fafe.
A disputa tem origens na entrada do fundo World Opportunity Fund (WOF) no capital do Grupo em novembro de 2023, o que resultou na nomeação de José Paulo Fafe para a administração, substituindo Marco Galinha, que era presidente da Comissão Executiva.