A partir do próximo ano, a francesa RMC Sport quer abrir o concurso RMC Marc Van Moere, uma bolsa para futuros jornalistas, "exclusivamente para raparigas".

“Ano após ano, lamentamos a falta de diversidade no jornalismo desportivo” refere, Karim Nedjari, director geral da RMC e da RMC Sport. O dirigente estima que só "cerca de 10% das mulheres compõem, hoje, o departamento do desporto" na sua redacção e que isso deverá mudar o quanto antes.

Os rostos que personificam o desporto do canal, são predominantemente masculinos e Nedjari pretende estabelecer uma política "pró-activa"com vista a uma maior paridade.

Se o jornalismo é hoje uma profissão quase igualitária entre mulheres e homens, no desporto esta diversidade parece não existir, pelo menos, em França.

Para mostrar o desejo de virar a página, a direção da RMC acaba de assinar a carta em defesa de uma maior igualdade de género nas redacções desportivas.

A carta, elaborada pela Associação de Mulheres Jornalistas Desportivas (FJS), em colaboração com o Sindicato das Jornalistas Desportivas de França, e com o apoio do Ministério da Igualdade, pretende estimular as redacções desportivas a comprometerem-se por uma melhor representatividade de mulheres e homens.

“Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 vão ser os primeiros Jogos igualitários, com tantos atletas femininos, quanto masculinos, e este deve ser o caso, também, de quem conta a história do desporto”, defende Laurie Delhostal, vice-presidente da FJS.

De referir que 24 redacções francesas são, agora, signatárias desta carta, incluindo jornais diários (Le Figaro, L'Humanité, Le JDD), os media regionais e redacções especializadas (Eurosport, Midi Olympique, Equidia).

A direcção dos grupos France Télévisions e L'Equipe também já mostraram interesse em assinar o texto em breve.