O semanário mexicano de opinião e análise política e social, Proceso, anunciou a sua transição para o formato mensal. A mudança tem a ver com a transformação da indústria jornalística e com o prejuízo económico que tem sofrido por causa da reprodução ilegal dos conteúdos da revista.

De acordo com os números que a publicação obteve através de apoio forense, estima-se que foram reproduzidos, ilegalmente, mais de 400 milhões de conteúdos da revista Proceso, na última década.

"A reprodução ilegal do nosso trabalho causou sérios danos a esta empresa e aos seus colaboradores", disse a revista, no seu comunicado.

A publicação cita "autoridades governamentais, empresas privadas e até mesmo o sector académico e particulares" como participantes da distribuição ilegal do seu conteúdo.

Na tentativa de haver uma responsabilização, a Proceso abordou as autoridades, mas segundo a revista, "mesmo com provas, após dois anos, o Ministério Público Federal declarou-se incompetente".

No quadro da transição para a publicação mensal, a Proceso pretende, ainda assim, reforçar o jornalismo de investigação no seu produto impresso e aumentar a oferta digital diária.

"As investigações dos nossos repórteres alimentarão diariamente as diferentes plataformas da Proceso - em vários formatos - e manteremos o rigor, profundidade e originalidade jornalística na nossa edição mensal impressa", lê-se no comunicado.

“Hoje elevamos o compromisso de evoluir para alcançar novos públicos e encontrar o ponto de equilíbrio na modernidade, que nos permite continuar a financiar o que é importante: o jornalismo sem concessões. A todos os que fazem parte da família Proceso, desde 1976, obrigado pela paixão e esforço”, conclui a revista.