Reino Unido e a aquisição de jornais por estados estrangeiros
O governo britânico planeia avançar com nova legislação para impedir que estados estrangeiros sejam proprietários de jornais e revistas no Reino Unido, noticia o The Guardian.
O anúncio foi feito pelo ministro responsável pela pasta da cultura e dos meios de comunicação social, Stephen Parkinson, na Câmara dos Lordes, no dia 13 de Março.
O governante adiantou que a nova lei irá excluir a possibilidade de “fusões de jornais e revistas periódicas que envolvam propriedade, influência ou controlo por estados estrangeiros”, cita o The Guardian.
A decisão surge numa altura em que estão a decorrer conversações para a venda do grupo de média The Telegraph, que detém o The Daily Telegraph e o Spectator, ao RedBird IMI, um consórcio composto por um fundo ligado ao vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mansour bin Zayed Al Nahyan, e uma empresa de investimentos norte-americana.
Em Janeiro, o governo britânico já tinha manifestado preocupação relativamente à influência do estado emirati na aquisição do Grupo, admitindo que esta “podia afectar a livre expressão de opinião e a apresentação rigorosa das notícias” nos jornais.
O fundo de investimento IMI, citado pelo The Guardian, garante que, caso o negócio se possa concretizar, será “um investidor completamente passivo” sem direitos de gestão ou operacionais em relação ao jornal e que será criado um conselho editorial independente para proteger a independência editorial.
Ainda assim, caso a nova lei seja aprovada, o controverso negócio com os investidores do grupo RedBird IMI não deverá ir para a frente.
(Crédito da fotografia: Gerd Altmann no Pixabay)