O artigo de Andy Hirschfeld, publicado no IJnet, destaca várias lições de sustentabilidade que os meios de comunicação podem aprender com freelancers num momento em que todos tentam reparar um modelo de negócio que deixou de funcionar.

Talento Individual

O artigo destaca que o talento individual na redacção, construindo reputação e confiança, atrai cada vez mais leitores e propõe que as grandes editoras invistam em jornalistas qualificados e promovam talentos, em vez de se ajustarem constantemente a estratégias editoriais.

O que atrai cada vez mais os consumidores é o talento individual na redacção – jornalistas em quem sentem que podem confiar e que têm valores alinhados com os seus.

O jornalista freelance Jason Diamond, que escreve principalmente sobre cultura, acredita que os leitores procuram o seu trabalho, independentemente do local onde publica, devido à reputação que construiu para si próprio. 

Envolvimento nas comunidades locais

Hirschfeld sugere que o envolvimento não se deve limitar às redes sociais, mas também encoraja os jornalistas a serem membros activos das suas comunidades locais.

No artigo destaca a importância de participar em eventos e trabalhar em locais públicos para fortalecer os laços com as comunidades.

Investimento nos jornalistas

Reconhecer o jornalismo como um serviço público e defender o investimento em jornalistas para construir confiança, é outra das sugestões de Hirschfeld.

A elevada rotação de pessoal que se regista actualmente em muitas redacções tem um impacto negativo na confiança dos leitores. 

"Não é dado tempo aos jornalistas para amadurecerem ou se tornarem uma voz com a qual alguém se sinta confortável", acrescentou Diamond.

Por isso, salários sustentáveis e contratos a longo prazo são vistos como benéficos tanto para os jornalistas quanto para as comunidades atendidas.

Aprender com os “influencers”

Apesar de os influenciadores não terem qualquer preparação editorial, os consumidores estão cada vez mais a consumir informação através destes perfis nas redes sociais.  Hirschfeld aponta, por isso, a necessidade de os jornalistas se envolverem nas redes sociais para mostrar autenticidade e permitir que os leitores conheçam os profissionais por detrás das histórias.

Recorrer a humanos, não à IA

Hirschfeld relembra que os consumidores preferem receber as notícias de pessoas reais com quem possam interagir e salienta que, apesar dos avanços em IA, a ligação humana é essencial para construir confiança.

O autor refere ainda que 59% dos consumidores preferem conteúdo noticioso criado por humanos, com pouco ou nenhum suporte de IA.

O artigo defende também a aplicação dessas lições para fortalecer a relação entre os meios de comunicação e os seus leitores, visando uma sustentabilidade mais eficaz no cenário jornalístico.