A editora-chefe do Wall Street Journal (WSJ), Emma Tucker, considera que o jornalismo precisa de se preparar já para o impacto da inteligência artificial (IA) generativa no sector, noticia a Press Gazette.

As declarações foram feitas durante uma conferência de jornalismo de investigação, Sir Harry Summit, em Londres.

“Eu acho que as mudanças que vêm a caminho para o jornalismo vão ser ainda mais desestabilizadoras do que a transição do papel para o digital”, afirmou Emma Tucker.

Segundo a editora, o WSJ está a preparar-se para esse futuro, para que o jornal “não sobreviva apenas”, mas consiga “efectivamente prosperar”. “É muito importante arranjarmos o telhado enquanto o Sol brilha”, disse.

A jornalista partilhou duas estratégias que acredita serem essenciais para que o sector seja bem-sucedido no futuro.

Por um lado, Emma Tucker diz que é preciso os órgãos de comunicação social interrogarem-se: “O que é que nós fazemos que seja insubstituível?” e “O que é que nós fazemos que as máquinas não conseguem fazer?”

“A outra coisa é centrarmos a nossa atenção na relação directa que temos com os nossos leitores, em vez de pensarmos que estas plataformas nos vão ajudar, salvar ou matar”, disse a jornalista.

Nesse sentido, “temos de garantir que produzimos jornalismo pelo qual as pessoas têm vontade de pagar”, acrescentou.

O WSJ tem apostado no modelo de subscrições, já que o mercado publicitário na era digital “não está nem perto de replicar o negócio da publicidade em papel”, explicou a responsável.

O número de assinaturas do WSJ está em crescimento e ronda actualmente os 4,2 milhões, das quais 3,7 são apenas da versão digital.