O fim do “Les Nouvelles Calédoniennes” deixa o arquipélago sem imprensa diária

O último jornal diário da ilha da Nova Caledónia, situada na Melanésia, no Oceano Pacífico, está prestes a ser liquidado pelo tribunal comercial misto de Nouméa. Sem compradores, a direcção do jornal Les Nouvelles Calédoniennes, pediu a liquidação do título, após um longo período difícil que culminou com uma transição para o digital e a suspensão da edição em papel, no primeiro dia de Janeiro, deste ano.
O estado de "atordoamento" descrito pelos jornalistas da Nova Caledónia, é reflexo do fim de um marco que esteve presente na região desde 1971, sem concorrência real até hoje.
O jornal foi comprado pelo Grupo Melchior, que reunia apenas interesses locais, ao Grupo Hersant em 2013. Apesar das acções implementadas ao longo dos anos, o Grupo Melchior e o Les Nouvelles calédoniennes, não conseguiram encontrar um modelo economicamente viável e identificar caminhos para uma recuperação sustentável.
A transição para o formato digital, que ocorreu em Dezembro de 2022, não foi acompanhada por uma aplicação dedicada ou pela renovação do site, o que causou preocupação entre os jornalistas que se retiraram. A Sociedade de Jornalistas, lamenta muitos erros estratégicos e aponta para a falta de antecipação na transferência para o formato digital como um dos factores que contribuíram para o fim do jornal.
Para Thierry Kremer, representante sindical, a falta de meios e de oportunidade para que o formato digital se estabelecesse, foi um dos principais problemas enfrentados pelo jornal. No entanto, afirma que, "precisamos de um jornal diário mais do que nunca". O fim do Les Nouvelles Calédoniennes, é um duro golpe para a imprensa na região e representa a perda de um veículo importante para a comunicação e informação dos cidadãos da ilha.