Para exemplificar a perda de critério editorial, por parte de um jornal de primeira qualidade em Espanha, o autor cita o caso do El País, recorrendo ao suplemento publicado no domingo, 29 de Janeiro, dedicado ao TikTok.

Ormaetxea, critica a abordagem e a escolha do tema ao afirmar: “No interior, dez páginas num tom entre admirado e elogioso, com uma última reminiscência no fim a alertar para os vícios”.

E questiona o tema “porquê o Tik Tok?”, quando “a rede social chinesa está prestes a ser totalmente banida nos Estados Unidos, está prevista a remoção das lojas de aplicações da Apple e Android.

 Já foi banida por dois anos e meio na Índia. Recentemente, (o TikTok) também foi banido de muitos campus e universidades norte-americanas, e há uma pressão crescente para seguir fazer o mesmo na União Européia”.

O problema, segundo o autor, “não é só a aplicação colocar os dados dos seus utilizadores directamente nas mãos do governo chinês, que os usa para espiar jornalistas ocidentais, mas, principalmente, porque grande parte do seu conteúdo é lixo”, que “sistematicamente embrutece toda uma geração”

Este caso segundo autor é “juntamente com La Vanguardia, apenas um exemplo da perda de critério editorial por parte do jornal de primeira qualidade em Espanha".

Muitos meios de comunicação “não conseguem encontrar o seu lugar na revolução digital, como o El País e estão a sofrer do chamado “isomorfismo”, uma imobilidade paralisante”.  

“A sua estrutura informativa, as suas seções e os seus conteúdos sobre sociedade não mudaram nada. O seu director é um jornalista de prestígio, Pepa Bueno, pelo que devemos assumir que as causas deste estado de coisas são bastante estruturais. Uma pena!” conclui Miguel Ormaetxea.