Chris Licht, CEO da CNN, deixou o cargo, após 13 meses em funções. A saída surgiu após uma série de controvérsias e queda de audiências.

Licht, que foi vice-presidente executivo de programação especial na CBS e teve passagens bem-sucedidas na programação da MSNBC e no programa The Late Show de Stephen Colbert, juntou-se à CNN em maio de 2022, numa altura em que a organização ainda lamentava a saída de Zucker, que se tornara uma presença singular na CNN.

"Este trabalho nunca seria fácil, especialmente num momento de grande perturbação e transformação, e Chris empenhou-se nele de corpo e alma", afirmou Zaslav ao anunciar a mudança, com efeitos imediatos. "Eu tenho um grande respeito por Chris, pessoal e profissionalmente", enfatizou.

Licht foi escolhido pelo director executivo da Warner Bros Discovery, David Zaslav, para liderar a CNN, depois da saída do antigo CEO, Jeff Zucker.

Na altura em que Licht assumiu o cargo, Zaslav queria reiniciar a CNN na era pós-Zucker, e planeava reposicioná-la como uma rede menos "activista" do que “nos anos Trump”. Assim, Zaslav e Licht passaram a maior parte do último ano a tentar alcançar esse objectivo e ao mesmo tempo, reduzir custos.

Mas, recentemente, Zaslav designou David Leavy, um seu amigo de longa data, para director operacional da CNN e fortalecer o negócio - uma movimentação que, para muitos, indicava que o seu apoio a Licht estava a diminuir.

As audiências da CNN têm vindo a cair e o CEO agora demitido fez várias mudanças na programação, sem sucesso.

Uma das maiores falhas de Licht terá sido a realização de um evento com Donald Trump, no qual o ex-presidente insultou o moderador da CNN e foi aplaudido por uma plateia repleta pelos seus apoiantes. O evento recebeu críticas imediatas e os jornalistas da CNN ficaram irritados, incluindo o colunista Oliver Darcy, que chamou ao evento um "espectáculo de mentiras". No entanto, Licht defendeu a sua decisão, afirmando que "a América ficou muito bem servida com aquilo que fizémos".

Chris Licht ficou sob uma maior pressão, recentemente, após a publicação de um artigo sobre si, na revista The Atlantic, no qual foi retratado como uma pessoa "paranóica" e onde se percebia a existência de uma ruptura entre ele e as suas equipas.

A Warner informou que está agora à procura de um substituto para o cargo. Enquanto isso, a rede contará com uma equipa de gestão interna, com três vice-presidentes na área editorial: Amy Entelis, Virginia Moseley e Eric Sherling.