Kevin Merida, que foi editor executivo do “Los Angeles Times” durante dois anos e meio, vai deixar o jornal. 

A sua saída é considerada significativa, uma vez que a contratação de Merida foi inicialmente considerada um grande feito para o “Los Angeles Times”, que se esforçava por alcançar um impacto nacional como os jornais mais importantes de Nova Iorque e Washington.

Numa nota dirigida à equipa, Merida explicou que tomou a decisão de sair após uma extensa reflexão sobre a sua carreira e sobre a forma como poderia contribuir mais eficazmente para a profissão que adora. 

"Tomei a minha decisão com base numa série de factores, incluindo diferenças de opinião sobre o papel de um editor executivo, a forma como o jornalismo deve ser praticado e a estratégia para o futuro. Desejo a Patrick o melhor para encontrar o editor certo para ele", referia.

O proprietário do LA Times, Patrick Soon-Shiong, também referiu que "concordaram mutuamente" com a saída de Merida do cargo, e que esta transição ocorreria durante a semana. As entrelinhas sugerem que Merida e Soon-Shiong não “estavam na mesma página”. 

Soon-Shiong destacou ainda a importância do alinhamento entre os líderes de topo relativamente à sua visão de reforçar a cobertura do Times das notícias locais e regionais, em vez de se concentrar principalmente nas notícias nacionais. Reconheceu ainda a necessidade de esforços de colaboração para enfrentar os desafios persistentes e construir um negócio sustentável.

Recentemente, Benjamin Mullin, do The New York Times, relatou: “Merida e Soon-Shiong entraram em conflito por causa da sua decisão de restringir a cobertura do conflito em Gaza aos jornalistas que assinaram uma carta condenando a reacção de Israel aos ataques de 7 de outubro, disseram as pessoas".

Durante o mandato de Merida, o LA Times enfrentou vários desafios comerciais, como uma redução de 74 colaboradores da redacção em junho de 2023 devido ao declínio da publicidade.

Numa entrevista de julho à Axios, Merida expressou optimismo sobre as perspectivas do jornal, apesar de ainda não ser rentável.

Patrick Soon-Shiong anunciou que está, agora, a desenvolver diligências para encontrar o sucessor de Merida e que, entretanto, os actuais executivos da redacção assumirão responsabilidades de liderança.