Jornalismo económico como tópico de debate em congresso espanhol
A reunião moderada pelo presidente da Federação das Associações de Jornalistas Espanhóis (FAPE) e vice-presidente da Associação de Imprensa de Madrid, Miguel Ángel Noceda, que afirmou que "a imprensa económica, ao manusear informações tão sensíveis, é capaz de afundar um valor no mercado de acções”. Grimaldi, vice-editor do Diario de Sevilla, também concordou e destacou que a pressão sobre o jornalismo económico é "ainda maior do que a exercida sobre o jornalismo político".
O jornalismo especializado em Economia torna-se por vezes uma “caixa de mistura” onde cabe tudo: desde notícias relacionadas com informação agrícola, financeira ou fiscal, até às que se centram em empresas, companhias de electricidade ou bancos. Um sector que exige especialização constante e que nem sempre é atractivo.
A sustentabilidade está intimamente ligada à economia, também presente no interesse do debate público, e onde as questões relacionadas com questões ambientais, sociais e de governo corporativo têm lugar. Nesse sentido, para a editora de economia do El Periódico, Rosa María Sánchez, a melhor forma de tornar a sustentabilidade atractiva é passar a ideia de que ela se traduz numa mais valia que gera rendimentos e que por isso interessa às empresas.
Segundo Sánchez, esse interesse empresarial obriga o jornalista a exercer com rigor duas missões: aplicar um olhar de vigilância para descobrir possíveis práticas de "ecopostura", entendidas como falsas práticas relacionadas com a sustentabilidade e poder descobrir boas práticas.
Por fim, a mesa dedicada à Economia abordou outro tema atual: a ameaça de crise relacionada com Silicon Valley Bank, que disparou todos os alarmes.
A questão levou os palestrantes a discutirem um dilema recorrente na prática jornalística: "Se criarmos um clima de desconfiança, contribuímos para gerar uma crise financeira pela profecia auto realizável, mas também não queremos ficar alheios como aconteceu connosco na crise de 2008”, explicou Sánchez. Este dilema só se resolve com rigor e “na dúvida, jornalismo”, concluiu Grimaldi.