O mercado da publicidade no Reino Unido cresceu 6,1% em 2023, mas o crescimento foi arrecadado pelas plataformas digitais, tendo os meios noticiosos facturado menos do que no ano anterior, noticia a Press Gazette.

Segundo o relatório da Advertising Association/WARC (AA/WARC), o mercado publicitário britânico viu o seu valor aumentar para 36,6 mil milhões de libras (aproximadamente, 42,8 mil milhões de euros).

No entanto, este aumento foi inteiramente absorvido pelas gigantes tecnológicas. Só a facturação da Google com “search advertising” (publicidade de pesquisa, isto é, anúncios que aparecem nos resultados das pesquisas) cresceu 11,9%, para 14,7 mil milhões de libras (mais de 17,2 mil milhões de euros). Já o mercado de “online display advertising” (anúncios em sites com exibição dos produtos em banners, vídeos, etc.), que é dominado pelo Facebook, da Meta, e pelo Tiktok, cresceu 11,3%, para 12,9 mil milhões de libras (cerca de 15,1 mil milhões de euros).

Quanto às receitas com publicidade nas empresas de média, as marcas editoriais nacionais perderam 6,3% (5,8% no mercado online), os títulos regionais perderam 10,1% (7,6% no online), as revistas viram os números cair 9,1% (13,7% no online) e a rádio perdeu 3,3% (7,1% no online).

De acordo com a Press Gazette, esta tendência deve-se, entre outros factores, a um “ecossistema tecnológico que favorece as plataformas digitais, como a Meta e a Alphabet [empresa-mãe da Google], que têm posições monopolistas” e dominam os dados sobre as audiências.

Estes valores explicam em boa parte a transição de alguns jornais, que antes eram totalmente financiados pela publicidade, para o modelo de recolha de receitas por via de assinaturas.

Os analistas prevêem que 2024 continue a ser um ano de queda na facturação publicitária para os jornais e revistas, embora o ritmo possa abrandar.

(Créditos da fotografia: Campaign Creators no Unsplash)