Impresa defende incentivos com independência
Francisco Pedro Balsemão, presidente executivo da Impresa, defende que devem existir incentivos aos média, mas que estes devem ser distribuídos através de medidas integradas nos sectores cultural e económico, noticia o Eco.
O CEO do Grupo que integra a SIC e o Expresso manifestou que não é “a favor” de “incentivos directos aos média que obviamente possam pôr em causa a sua independência”, disse à Lusa, à margem do anúncio da realização do Festival de Cinema Tribeca em Lisboa.
“Pretendemos é que os média sejam tratados numa dupla vertente: cultural e económica”, afirmou.
Do ponto de vista cultural, para o presidente da Impresa, os apoios poderão passar pelo ICA — Instituto do Cinema e do Audiovisual ou pelo Portugal Film Comission, no sentido de haver mais iniciativas para a indústria televisiva. “Não somos nem mais, nem menos que outras áreas, não podemos ser menosprezados porque fazemos telenovelas”, disse, acrescentando que este tipo de produto dá um “grande boost” à economia.
Francisco pedro Balsemão referiu que também a “exportação de produtos e de conteúdos audiovisuais” significa que este é um “sector relevante também para a economia portuguesa”, pelo que deveria haver lugar a incentivos nesse âmbito, “não é só o calçado, o têxtil, indústrias”.
As afirmações surgem num momento em que a sustentabilidade dos média tem sido discutida em Portugal, tendo sido realizada, em Março, a primeira greve geral desde os anos 1980. Na sequência da crise no Global Media Group, mas não só, o tema esteve no centro das atenções no 5.º Congresso dos Jornalistas, em Janeiro deste ano, bem como em vários espaços de debate público. Embora tenham já sido identificadas algumas potenciais estratégias para o financiamento dos órgãos de comunicação, incluindo medidas estatais, a discussão ainda não saiu do papel.
(Créditos da fotografia: imagem de capa da conta oficial de Facebook da Impresa)