Hugh Grant e o tablóide “The Sun” de “candeias às avessas”…
Hugh Grant acusou o editor do The Sun de “usar a lei” para “encobrir e ocultar” actividades ilegais de jornalistas e investigadores particulares, que incluem “roubos sob encomenda”.
O actor, de 62 anos, compareceu no Supremo Tribunal inglês, no último dia da audiência sobre o processo em que o News Group Newspapers (NGN) é acusado de obter informações de forma ilegal, nomeadamente de mensagens telefónicas.
Recorde-se que o príncipe Harry, acusa o The Sun e o extinto News Of The World de terem captado informações privadas de forma ilegal.
Hugh Grant, assim como outras personalidades, queixam-se da mesma situação.
Segundo uma das testemunhas, a reclamação “diz respeito a actos ilegais cometidos pelo The Sun, incluindo roubos por encomenda, invasão de propriedade privada para obter informações privadas através de escutas telefónicas, e o uso de investigadores particulares”.
Grant falou sobre uma invasão ao seu apartamento, em Londres, onde a porta da frente foi arrancada das suas dobradiças e, logo depois, foi divulgado um artigo que “detalhou o interior” da casa.
O actor acrescentou que foi informado do motivo desta invasão, por um investigador particular, no início de 2022, o que o levou a iniciar a sua reclamação em tribunal.
Sobre um artigo que divulgou, com detalhes, a sua ida ao hospital, num episódio de urgência, em 2011, Grant declarou: “Eu não sabia na altura, como sei agora, que o The Sun divulgava essas informações e que a fonte não era um funcionário corrupto do hospital… mas um investigador particular que obteve as informações ilegalmente”.
“Agora acredito, fortemente, que as minhas informações médicas foram obtidas ilegalmente pelo The Sun”, afirma.
Para além disso, o actor refere num comunicado: “foi particularmente chocante saber que eu e os meus associados, incluindo membros da minha família que não estavam de forma alguma sob os olhos do público, fomos alvo do The Sun”, ainda em 2011, “no momento em que eu me preparava para depor num inquérito público sobre ética da imprensa.”
Na sua declaração, Hugh Grant conclui: “tenho investido muito tempo no meu trabalho de campanha por uma imprensa melhor e ética. Uma prova disso, tem sido o meu interesse e as minhas próprias investigações para entender a verdade”.
“Fiquei chocado com o que descobri”, afirma, dizendo ainda, que “o réu se considera, claramente, acima da lei”, pois na sua opinião, a empresa estará agora a servir-se dela para fazer acreditar que nada foi intencional, tentando encobrir e ocultar ainda mais aquilo que fez.
Na verdade, os advogados da NGN argumentam que Grant, um proeminente activista da ética da imprensa, e membro do grupo Hacked Off, deveria estar ciente de se que essa reclamação em relação ao The Sun, é antiga e que é tarde demais para entrar com esta a acção legal.
No entanto, os advogados de Grant argumentam que isto acontece agora, porque ele só recentemente, o actor teve conhecimento destas evidências.
Grant alega que o The Sun está "a tornar as coisas o mais difícil possível para as vítimas descobrirem a verdade", tentando impedir “de descobrir o que aconteceu, usando quaisquer argumentos que precise de construir, por mais ilógicos que sejam.
O juiz decidirá sobre se o processo irá progredir para julgamento, em janeiro do próximo ano.