Google e Canadá chegam a acordo para manter notícias na pesquisa
O Canadá e a Google chegaram a um acordo para manter os links para notícias nos resultados de pesquisa. A gigante da tecnologia concordou em pagar anualmente 73,6 milhões de dólares (cerca de 68,3 milhões de euros) aos editores de notícias do país.
O acordo resolve as preocupações da Google em relação ao Online News Act do Canadá, que exige que grandes empresas da internet partilhem as receitas de publicidade com os editores.
"Após semanas de discussões produtivas, tenho o prazer de anunciar que encontrámos um caminho a seguir com a Google para a implementação do Online News Act", afirmou a ministra do património do Canadá, Pascale St-Onge, num comunicado.
O Online News Act, que faz parte de uma tendência global para obrigar as gigantes tecnológicas a pagar pelas notícias, foi aprovado em junho e o governo está a finalizar as regras que deverão ser publicadas até 19 de dezembro.
"Na sequência de discussões alargadas, estamos satisfeitos por o Governo do Canadá se ter comprometido a resolver os nossos principais problemas com o projeto de lei C-18", afirmou Kent Walker, presidente de assuntos globais da Alphabet, em comunicado. "Continuaremos a assegurar tráfego para as editoras canadianas".
Como parte do acordo, a Google contribuirá anualmente com 100 milhões de dólares, com a opção de trabalhar com um colectivo para distribuir os fundos.
Anteriormente, a Google tinha ameaçado bloquear as notícias no seu motor de busca, uma das principais fontes de tráfego de quase todos os sites de notícias, afirmando que a lei canadiana era mais rigorosa do que as da Europa e da Austrália. A empresa afirmou estar preocupada com a possibilidade de ficar exposta a uma responsabilidade potencialmente ilimitada.
"A Google concordou em apoiar devidamente os jornalistas, incluindo o jornalismo local", declarou o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau. "Infelizmente, a Meta continua a abdicar completamente de qualquer responsabilidade para com as instituições democráticas".
A Meta Platforms, o outro gigante da Internet que é alvo da lei, já bloqueou a partilha de notícias no Facebook e no Instagram. A medida envolveu a empresa numa disputa de meses com grandes editoras de notícias canadianas e estrangulou publicações mais pequenas.
St-Onge disse que o acordo com a Google mostra que a nova lei funciona e apelou à Meta para explicar a sua decisão de bloquear a partilha de notícias no Canadá.
Acrescentou ainda que o Canadá poderá reabrir o acordo com a Google no futuro, caso se chegue a melhores acordos em qualquer outra parte do mundo. No mês passado, a Google chegou a um acordo para pagar a um grupo de editores alemães 3,2 milhões de euros por ano pela publicação dos seus conteúdos noticiosos.
A decisão do Meta mantém-se inalterada, de acordo com um comunicado da empresa.