A entidade reguladora das comunicações britânica, Ofcom, está a examinar uma possível quebra de imparcialidade num programa da GB News, apresentado por Esther McVey e Philip Davies.

No dia 11 de março, no programa semanal, o ministro britânico das Finanças, Jeremy Hunt, sentou-se para uma entrevista com a ex-ministra Esther McVey e o seu marido, Philip Davies, que são, também, deputados de partidos conservadores, o que veio a gerar reclamações sobre a edição do programa.

O canal está, assim, a ser investigado por causa de uma possível violação das regras de imparcialidade, depois daqueles deputados conservadores séniores terem entrevistado o Hunt antes da apresentação do Orçamento de Estado.

A Ofcom anunciou que vai investigar se o programa quebrou as regras, “exigindo que notícias e assuntos actuais sejam apresentados com a devida imparcialidade”.

Depois da entrevista ter ido para ao ar, o parlamentar do Partido Nacional Escocês, John Nicolson, que faz parte do Comité Digital, Cultural, de Media e Desporto (DCMS), disse que a entrevista "do amor" foi "certamente uma violação flagrante das regras da Ofcom".

Escrevendo para o Open Democracy, Nicolson afirmou que McVey e Davies "usaram o seu programa regular de sábado no GB News para entrevistar o ministro e mostrar o quão bom era o seu orçamento conservador".

A executiva-chefe da Ofcom, Dame Melanie Dawes, recusou-se, inicialmente, a questionar se McVey e Davies deveriam ter permissão para entrevistar Jeremy Hunt. Mais tarde, disse, em comunicado, que os políticos em exercício “têm permissão para apresentar outro tipo de programas, no entanto, incluindo assuntos actuais”, e “às vezes esses programas podem estar em canais que também transmitem notícias; o que importa aqui é o formato do programa, em particular”, acrescentou.

Entretanto, a entidade reguladora confirmou que não dará seguimento às 40 reclamações sobre a devida imparcialidade, feitas sobre uma outra entrevista, feita pela deputada conservadora Nadine Dorries ao ex-primeiro-ministro Boris Johnson, a 3 de fevereiro.

O órgão de fiscalização diz, sobre isso, que decidiu “excepcionalmente” publicar os motivos da sua decisão, porque a sua avaliação envolvia “assuntos de interesse público”.

Note-se que vários deputados conservadores, em exercício actualmente, apresentam programas em televisão. Exemplos disso são, Nadine Dorries, uma ex-secretária da Cultura, que apresenta um talk show, ou o deputado conservador, Jacob Rees-Mogg, que apresenta um programa regular na GB News.