Em pouco mais de uma semana, dois editores deixaram o jornal, depois do editor executivo Kevin Merida. 

Agora, foi a vez de Julia Turner, que liderava a cobertura de cultura e entretenimento no Los Angeles Times, anunciar a sua saída do jornal.

Turner justificou-se referindo o seu desejo de procurar novas maneiras de contribuir para a missão de fortalecer o jornalismo na era digital.

Esta renúncia ocorre durante um período de grandes mudanças no topo do jornal, incluindo a nomeação de Terry Tang como editor executivo interino após a saída abrupta de Kevin Merida. 

Desde então, a redacção tem enfrentado desafios, incluindo demissões e tensões com o proprietário Patrick Soon-Shiong.

Os editores Sara Yasin e Shani O. Hilton também anunciaram a saída, aumentando ainda mais a instabilidade na redacção. 

Segundo refere Tom Jones, na newsletter do Poynter, “tudo isto vem a par da notícia de que o Times planeia fazer uma redução maciça de pessoal – talvez, segundo consta, até 100 jornalistas, ou seja, cerca de 20% da redação”.

Perante os acontecimentos, os políticos locais expressaram preocupação com os potenciais cortes de pessoal no Los Angeles Times, destacando a importância do jornal para a comunidade e para a democracia. 

Soon-Shiong respondeu, enfatizando os investimentos feitos no jornal e solicitando apoio dos legisladores para garantir a sustentabilidade da imprensa.

Los Angeles Times apresentou perdas substanciais no ano passado devido à diminuição dos assinantes e à migração de muitos dos anunciantes para plataformas online e a administração procura, agora, maneiras de garantir a viabilidade económica do jornal.

Trata-se de mais uma situação que reflecte os desafios enfrentados pelos jornais em papel, que ainda sobrevivem, num cenário digital em constante evolução.