O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI estão a investigar o uso da aplicação chinesa TikTok pela ByteDance, para espiar jornalistas americanos e aceder a informações privadas dos utilizadores. A Divisão Criminal e a secção de Fraudes, em colaboração com o Escritório do Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste da Virgínia, solicitaram informações da ByteDance, sobre o uso da aplicação para aceder à localização dos jornalistas americanos ou a outros dados privados.

A empresa confirmou que os seus colaboradores utilizaram a aplicação para espiar cidadãos americanos, o que foi reportado pela Forbes em Outubro de 2022, e confirmado por uma investigação interna da empresa em Dezembro.

Essa é a primeira vez que o governo federal dos EUA investiga as práticas de espionagem da ByteDance. A investigação ocorre após o Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) exigir que a ByteDance se desfaça do TikTok ou enfrente uma proibição nacional da aplicação, devido a preocupações de segurança nacional.

A demanda de desinvestimento representa uma grande derrota para o TikTok, que tinha prometido um investimento multimilionário num conjunto de planos de segurança de dados no chamado “Projecto Texas”, que permitiria à ByteDance continuar a ser proprietária da aplicação.

No entanto, a confirmação de que a ByteDance espiou jornalistas americanos contradiz as promessas que a empresa fez ao governo dos EUA como parte da proposta.

Em Dezembro de 2022, o BuzzFeed News divulgou a existência do “Projecto Texas”, que foi criado em resposta às preocupações levantadas pela administração Trump. O projecto foi mantido em segredo até que o BuzzFeed o revelou, e tornou-se objecto de inquérito depois do mesmo meio de comunicação receber um áudio que demonstrava que dados dos utilizadores americanos do TikTok, tinha sido acedidos repetidamente por funcionários da ByteDance,na China.

Em Novembro de 2022, a Forbes relatou uma avaliação interna de risco de fraude da ByteDance de 2021, que alertava para multas maciças e possíveis acusações criminais contra executivos da empresa se a ByteDance não investisse em programas de antifraude.