Suella Braverman, secretária de Estado do Interior, do Reino Unido, irá introduzir uma emenda ao projecto lei de ordem pública, depois de uma reacção contrária às detenções da repórter da LBC, Charlotte Lynch, do fotógrafo Tom Bowles, do cineasta Rich Felgate e de outro fotógrafo, Ben Cawthra, efectuadas pela polícia de Hertfordshire, quando estavam a cobrir as manifestações contra as alterações climáticas na auto estrada M25.

A polícia, mais tarde, pediu desculpas aos jornalistas e uma investigação concluiu que "os poderes policiais não foram usados de forma apropriada" ao efectuar as detenções, mas não chegou a admitir que eram ilegais. Após uma acção judicial entreposta por um dos jornalistas, a força policial admitiu finalmente que as suas acções foram ilegais.

Inicialmente, o governo resistiu à emenda, afirmando que era desnecessária uma vez que a polícia tinha admitido que as suas acções eram ilegais. No entanto, os deputados levantaram preocupações de que isso se baseava no facto de terem sido oficiais seniores a ordenar as detenções, em vez dos agentes no terreno terem exercido o seu próprio julgamento e argumentaram que isso não era especificamente abrangido na legislação.

O governo não aceitou a emenda dos Lordes, mas propôs a sua própria redacção para consideração dos deputados, que diz: "A polícia não pode exercer um poder policial com o único propósito de impedir uma pessoa de observar ou relatar sobre uma manifestação ou sobre o exercício de poder policial em relação a uma manifestação”.

Com a legislação remetida novamente à Câmara dos Comuns, Shami Chakrabarti, deputada do Partido Trabalhista e defensora das liberdades civis, disse: "Os Lordes expressaram preocupações sobre a desproporcionalidade do projecto lei de ordem pública, infligindo uma série de derrotas ao governo em torno de violações dos direitos humanos, como a busca e apreensão sem suspeita”.

“É claro que o papel dos membros da imprensa deve ser respeitado e que devem ser capazes de fazer o seu trabalho livremente e sem restrições. Mantemos a opinião de que esta emenda é desnecessária, uma vez que já é ilegal a polícia exercer os seus poderes sobre jornalistas ou qualquer pessoa quando não há necessidade legítima de o fazer”, acrescentou.