Acabar com comentários nos jornais e recuperar cartas ao diretor
O “Milwaukee Journal Sentinel” foi o mais recente jornal a acabar com os comentários online nos artigos do jornal.
"Ninguém deve ter de ouvir algumas pessoas - que se escondem corajosamente por detrás de nomes falsos - a lançar insultos racistas ou misóginos contra si ou contra outros. E um fórum de ideias não deve envolver debates sobre a mãe de quem faz o quê a quem. Permitir isso só eleva o mau comportamento e só dá poder aos agressores", escreveu o editor Greg Borowski.
Também há cerca de um ano, a Gannett acabou com as caixas de comentários na maioria dos seus sites de notícias - com excepção do Detroit Free Press, o The Arizona Republic, o The Cincinnati Enquirer e o Journal Sentinel, que continuaram a publicar comentários online.
Contudo, no Sentinel não acabaram os comentários, embora estes tivessem a algumas secções.
"Depois de encerrar os comentários nos artigos noticiosos no Journal Sentinel, grande parte do vitríolo e dos insultos simplesmente migraram para os artigos desportivos e de entretenimento. Poderá ler esses comentários e pensar que se tratam de coisas ligeiras, mas se visse o que é apanhado nos filtros, ficaria chocado. Os nossos leitores - pessoas reais da nossa comunidade que dedicam tempo a partilhar as suas opiniões - são chamados nomes racistas e rotulados de pedófilos. É nojento", relatou Borowski.
O editor reforça que "ninguém devia ter de ler isso, muito menos um membro do pessoal que está a perder tempo precioso a analisar os comentários assinalados - um jornalista que poderia estar a escrever histórias, a tirar fotografias e a editar vídeos”.
Apesar disto, o Journal Sentinel vai continuar a ouvir os leitores através de “mailbags”, onde os leitores podem fazer perguntas à agência noticiosa, e através de uma secção de cartas ao diretor.
O jornal vai também implementar a "Pergunta do Dia", um novo modo de interação com leitores que permitirá que se coloquem questões.
"Entretanto, se está incomodado com a decisão sobre os comentários e quer enviar um e-mail a desabafar, a chamar-me nomes e a criticar-nos por decidirmos como queremos que a nossa própria plataforma funcione... Bem, por favor, leve-o para outro lado", concluiu o editor.