As acções de greve incluíram piquetes na redacção, difusão de anúncios na rádio em Pittsburgh, a pedir à C-SPAN que removesse o proprietário do Post-Gazette do seu conselho de administração. Incentivaram ainda, as fontes a assinar um documento de solidariedade e pediram aos assinantes que cancelassem as assinaturas do jornal, enquanto durasse a greve.

O Post-Gazette, pertence à mesma família, os Blocks, desde 1927. Em comunicado de resposta à greve, a empresa Block Communications, afirmou que a publicação deu lucro pela última vez em 2007, e revelou que nos últimos 17 anos, o jornal perdeu quase 264 milhões de dólares.

A frustração com os salários estagnados, o fim de benefícios e os cortes nas redacções marcam a agenda em Pittsburgh. Os membros do sindicato a trabalhar no Post-Gazette, dizem que as perspectivas financeiras do jornal melhoraram, especialmente porque reduziu o número de funcionários, a impressão passou para dois dias por semana e conseguiu ultrapassar os 50 mil assinantes digitais pagos.

A greve, pode estar a contagiar outros órgãos de informação. Nas semanas após o início da greve no Post-Gazette, centenas de jornalistas de 14 jornais, propriedade da Gannett, abandonaram o trabalho para protestar contra os baixos salários, demissões e outras medidas de corte de custos no noticiário local.

Os jornalistas do Fort Worth Star-Telegram, entraram em greve por 24 dias e o New York Times, teve a primeira manifestação de protesto dos seus colaboradores desde 1981.

“Sinto que somos o canário na mina de carvão”, disse Andrew Goldstein, que, quando não está em greve, escreve sobre educação para o Post-Gazette. “O que acontece aqui pode ajudar bastante a prever o que acontecerá noutros conflitos” afirmou.

“Estamos a lutar porque amamos Pittsburgh, e amamos o Post-Gazette, mas também sabemos que os olhos da comunidade jornalística de todo o país estão sobre nós”, disse Goldstein. “Sim, estamos a lutar por nós, mas, também porque queremos que os jornalistas em todo lado, sejam tratados com justiça”, acrescentou.

Foto retirada do site do Nieman Lab