Um artigo publicado no Los Angeles Times, argumenta que a constante crítica aos media nos Estados Unidos, pode ser vista como um sinal saudável da democracia. Segundo o autor, Michael J. Socolow, a desconfiança em relação ao jornalismo não é um fenómeno novo, mas a popularidade da crítica política contra os meios de comunicação cresceu nos últimos anos, sendo utilizada por políticos de diferentes vertentes para desviar a atenção de assuntos importantes.

O autor destaca que, embora a crítica aos media possa ampliar a polarização e acentuar as diferenças políticas, ela também facilita o debate aberto sobre a ética jornalística e incentiva análises críticas da realidade. Segundo pesquisa recente da Gallup em parceria com a Knight Foundation, apenas 26% dos americanos têm opinião favorável sobre os media em geral, independentemente da sua veracidade ou profissionalismo.

Socolow, argumenta que a confiança na imprensa tem sido corroída não apenas pela crítica política, mas também pelos escândalos e fracassos de grandes órgãos de comunicação nas últimas décadas. Episódios de mentiras deliberadas, como a falsificação de matérias por jornalistas de renome, contribuíram para minar a credibilidade da profissão.

Para o autor, a exposição de tais escândalos é necessária para manter a transparência no jornalismo, mas deve evitar-se que episódios de má conduta se tornem a norma. Se poucos americanos acreditam mesmo nas reportagens mais verificadas e precisas, argumenta Socolow, a democracia pode vir a tornar-se ainda mais frágil.