Pagar ou não uma assinatura digital

De acordo com um recente estudo da YouGov, empresa de pesquisa de mercado, o custo é o factor mais importante na decisão dos consumidores de pagar ou não por uma subscrição online. Mais de um terço (39%) dos britânicos e 42% dos americanos disseram ser tentados por um preço mais baixo, revelou Aisha Majid no artigo publicado pelo Press Gazette.
A pesquisa YouGov, questionou 2.100 adultos no Reino Unido e 1.232 nos Estados Unidos para perceber quais os tipos de sites, incluindo os de notícias, pelos quais os consumidores estariam dispostos a pagar e o que faz com que decidam subscreve-los.
Entre os entrevistados no Reino Unido que possuem uma subscrição paga activa para qualquer tipo de site, 13% disseram estar a pagar menos de 10 libras esterlinas por mês, enquanto 14% dos americanos disseram estar a pagar menos de dez dólares mensais.
Nos EUA, 15% dos americanos relataram pagar entre 10 a 25 dólares pela sua subscrição, enquanto 10% disseram ter pago um preço mais elevado entre 26 a 50 dólares.
Uma análise recente do Press Gazette revelou que o Financial Times é a subscrição de notícias digitais mais cara no Reino Unido, custando 319 libras esterlinas por ano, seguida pelo Times (£312). Apesar do preço elevado, ambas as publicações têm visto um crescimento no número de assinantes, com o FT a atingir em 2022, um milhão de assinantes digitais pagos em todo o mundo.
O Times e o Sunday Times, pertencentes à News UK, contabilizaram 489 mil assinantes digitais no final do ano passado.
O conteúdo exclusivo - frequentemente citado como um atractivo para os assinantes - não foi considerado tão importante na pesquisa. Apenas um quarto das pessoas nos EUA e no Reino Unido disseram que o acesso a coisas não disponíveis noutros lugares seria um motivo que os influenciaria a pagar.
Uma parcela maior (33% nos EUA e 28% no Reino Unido) disse que uma experiência sem publicidade no site os faria considerar subscrever, enquanto 52% nos EUA e 54% no Reino Unido disseram que muitos anúncios por trás de um paywall as impediriam de gastar dinheiro.
Quase três quartos (73%) dos britânicos nunca pagaram por a subscrição de um site, enquanto 16% têm actualmente uma subscrição paga activa e 12% já pagaram no passado.
Os americanos foram um pouco mais propensos a pagar pelo acesso a conteúdos, com 57% a afirmar que não tinham efectuado uma subscrição. Quase o dobro em comparação ao Reino Unido (29%) disse que está actualmente a pagar, enquanto 14% já o fizeram, mas deixaram de o fazer.
Os resultados coincidem com pesquisas anteriores do Reuters Institute revelados no Digital News Report de 2022, que mostrou que o Reino Unido estava entre os mercados onde as pessoas eram menos propensas a gastar dinheiro em notícias online.
No entanto, as pessoas estão mais propensas a pagar por sites de entretenimento, como filmes, programas de TV, música e jogos. A queda nas receitas de publicidade levou alguns editores a adoptar estratégias de acesso pago nos últimos anos como por exemplo o New York Times, que tem o maior número de assinaturas digitais no mundo.
A receita global de publicidade para editores deverá cair 7,7% em 2023, para 47,2 mil milhões de dólares, abaixo dos 85 mil milhões em 2016. O mercado de publicidade impressa foi particularmente atingido, tendo caído para metade em 2016.