O 37.º barómetro de confiança nos meios de comunicação social, realizado pelo Instituto de sondagens Kantar Public para o jornal “La Croix”, revela uma persistente desconfiança dos franceses em relação aos meios de comunicação e aos jornalistas. 

De acordo com o estudo, 57% dos inquiridos acreditam que é necessário desconfiar do que é relatado pelos meios de comunicação sobre grandes temas da actualidade, representando um aumento de três pontos desde janeiro de 2023. Além disso, 56% acreditam que os jornalistas não são independentes de pressões financeiras, partidárias e de poder.

Apesar da desconfiança, o interesse pela actualidade persiste, com 75% dos franceses a acompanharem as notícias com grande interesse. No entanto, 51% dos inquiridos expressam cansaço ou rejeição em relação à informação, atribuindo esse sentimento à repetição de temas, ansiedade, impotência ou falta de confiança nos meios de comunicação.

O estudo destaca ainda uma mudança geracional, indicando que os jovens entre 25 e 34 anos são os mais propensos a subscrever meios de comunicação para aceder a conteúdos informativos. Mas, apesar de 28% desses jovens esterem dispostos a subscrever informação, apenas 12% o fazem actualmente. Paradoxalmente, 24% dos jovens com menos de 35 anos obtêm informações diárias através de “influencers”, apesar de 63% acreditarem que isso pode promover a disseminação de notícias falsas. 

"Podemos constatar uma mudança geracional: os jovens estão ainda mais habituados a consultar a informação sob diversas formas (meios de comunicação tradicionais ou online, podcasts e redes sociais) do que as gerações anteriores", afirma Guillaume Caline, director de assuntos públicos e opinião da Kantar Public France.

Apenas 27% dos jovens abaixo de 35 anos manifestam o desejo de regulamentar mais as informações partilhadas nas redes sociais, enquanto 61% dos mais velhos são a favor dessa regulamentação.