No âmbito dos 50 anos do 25 de Abril, o OberCom (Observatório da Comunicação) publicou um relatório infográfico sobre as mudanças nos média em Portugal desde 1974.

O documento, intitulado 50 anos de (R)evolução na comunicação, conta “as muitas (R)evoluções comunicacionais observadas na sociedade portuguesa o longo dos últimos 50 anos, observando a história dos sectores da TV, rádio e imprensa e, mais tarde, Internet”, lê-se no texto de apresentação.

Um dos propósitos do documento é “demonstrar como a comunicação é também central para a construção da democracia portuguesa”.

Assumindo o espírito dos avanços tecnológicos, a capa do relatório foi elaborada com recurso ao Dall-E, um programa de inteligência artificial da OpenAI que cria imagens a partir de descrições textuais. (Este artigo é ilustrado com um recorte dessa imagem.)

A cronologia da evolução dos média portugueses é organizada em três fases históricas — o “pós-25 de Abril”, a “viragem para o século XXI” e a “actualidade” — e vai identificando os principais desafios de cada período.

No período pós-25 de Abril, o documento começa por dar relevo à “turbulência” logo após a revolução e às “tentativas de controlo” por parte de “diferentes facções políticas”, incluindo a ocupação do jornal República em Maio de 1975.

A partir dos anos 80, com os média contemporâneos, verifica-se a aceleração da “liberalização dos média” e a entrada na Comunidade Económica Europeia (CEE). Nos anos 90, surge “um novo sistema mediático”: as rádios piratas são legalizadas, é permitida a entrada de actores privados na televisão, são reprivatizados jornais como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, e surge a primeira entidade reguladora independente.

Na viragem para o século XXI, o futuro dos média passa pelo digital. Os primeiros sinais surgem com os sites, mas rapidamente aparecem as redes sociais. A inovação tecnológica implicou a abertura de caixas de comentários para os leitores, a criação de figuras como a de “gestor de comunidades [digitais]”, bem como o lançamento de aplicações móveis.

Meio século depois do 25 de Abril, os três principais desafios identificados no documento são a sustentabilidade, a credibilidade e confiança, e a prática jornalística.

No final documento, há ainda espaço para uma breve referência ao período de excepção que foi a pandemia, que “provocou alterações” na relação do público com os média”.

(Crédito da imagem: recorte da capa do 50 anos de (R)evolução na comunicação, do OberCom)