Direção da Euronews anuncia despedimentos
"É um dia terrível, temos a impressão que o sonho de um canal europeu está definitivamente despedaçado", confidenciou um funcionário não identificado, em frente à sede da Euronews, em Lyon, quando a direcção do canal europeu acabava de anunciar 198 despedimentos, durante um conselho económico e social extraordinário (CSE). O jornalista prefere não se identificar, dado o contexto social, revelou o Monde.
“O espírito desta casa era juntar jornalistas de todas as nacionalidades num mesmo local, para que se pudessem encontrar. Tudo isso é desmontado. Humanamente, é extremamente difícil”, continua Charles, com o rosto marcado, convencido de que está a viver “o fim de quinze anos de trabalho apaixonado”.
Em seis anos, os profissionais passaram por três planos de “protecção ao trabalho”, nesta empresa com trinta nacionalidades diferentes. As medidas desta vez são inéditas. Trata-se de eliminar quase metade da força de trabalho, hoje composta por 478 colaboradores.
Segundo um comunicado de imprensa interno da secção local do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ), este “corte maciço de postos de trabalho” é acompanhado por uma “recolocação de equipas de jornalistas”, “dentro de seis meses”.
A direcção pretende abrir uma redacção central em Bruxelas, além de seis escritórios em Roma, Berlim, Lisboa, Madrid e Londres, tendo como princípio o retorno dos jornalistas aos seus países de origem.
Os jornalistas de nacionalidade francesa permaneceriam em Lyon, assim como os russos, iranianos e turcos, devido aos perigos de exercer a profissão no seu país. Isso representaria uma força de trabalho de 142 pessoas mantida em Lyon. “O desmantelamento da nossa cadeia em Lyon já é quase total”, estima o SNJ.