“Wikipédia” recusa seguir a narrativa oficial do Kremlin
O governo de Moscovo ameaçou aplicar sanções ao “site” “Wikipédia”, por “partilhar informações ilegais” sobre a guerra russo-ucraniana.
De acordo com o Roskomnadzor, regulador dos “media” russos, esta plataforma colaborativa contém “ informações imprecisas sobre a operação militar na Ucrânia”.
Como tal, a “Wikipédia” foi acusada de “desinformar os cidadãos russos”, e condenada a pagar uma multa de 4 milhões de rublos, cerca de 40 mil euros.
Esta não é, contudo, a primeira vez que Moscovo tenta censurar e silenciar a informação partilhada na “Wikipédia”. Aliás, no início de Março, o Roskomnadzor pediu para que uma página desta plataforma, que mencionava o número de vítimas da guerra, fosse removida.
Por sua vez, a enciclopédia “online” nunca acedeu ao pedido do Kremlin.
“ A Wikipédia é uma importante fonte de informações confiáveis e factuais sobre a guerra (...) Privar as pessoas do acesso a dados fidedignos pode ter consequências desastrosas nas vidas. Por isso mesmo, vamos resistir perante estas tentativas de censura e de intimidação”.
Ao desafiar Moscovo, a “Wikipédia” poderá ser bloqueada na Rússia, à semelhança do que aconteceu com outras redes sociais, que recusaram seguir a narrativa do Kremlin.
Antecipando um possível bloqueio desta plataforma, mais de 100 mil internautas russos fizeram o “download” de todos os artigos russos do “site”, num arquivo de 29 GB.
Abril 22
Recorde-se que, com o início do conflito armado, a Rússia apertou a censura à informação independente, proibindo a utilização do termo “guerra”, e criminalizando a publicação de “notícias falsas”.
Desde então, diversos títulos russos encerraram a sua actividade, temendo retaliações de Moscovo.
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