A notícia chega pouco depois de uma azeda batalha pública entre o FBI e a Apple, a respeito deste mesmo uso da encriptação.
A Apple recusou-se a atender o pedido, formalizado por ordem judicial, para desbloquear um smartphone pertencente a um dos autores do atentado terrorista de San Bernardino. Mais tarde o FBI declarou que tinha conseguido, por outro caminho, obter esse desbloqueio. 

A Amnistia Internacional declarou o feito da Whats App “uma grande vitória” para a liberdade de expressão. 

“O desejo de proteger as comunicações privadas entre as pessoas é uma das convicções fundamentais que nós temos na WhatsApp e, para mim, é uma coisa pessoal”  -  disse Jan Koum, um dos fundadores da aplicação, que cresceu na Ucrânia, quando era ainda uma República da URSS. “O facto de que as pessoas não podiam falar livremente foi uma das razões porque a minha família se mudou para os Estados Unidos”  -  declarou ainda. 

A WhatsApp começou a introduzir a encriptação em 2014, mas só agora chegou ao ponto de a aplicar a todas as formas de comunicação em todos os aparelhos, desde que tenham a última versão actualizada. 

Ao fazê-lo, tornou a sua tecnologia na ferramenta criptográfica mais utilizada em todo o planeta, servindo mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo. 

Esta questão é, naturalmente, muito polémica. A batalha entre a Apple e o FBI desencadeou um debate muito agressivo sobre o equilíbrio entre a privacidade dos indivíduos e as exigências da aplicação da lei. 

Segundo uma notícia do Público, citando a Wired, Brian Acton, outro co-fundador do WhatsApp, defendeu que “desenvolver produtos protegidos torna o mundo mais seguro, ainda que muitas autoridades possam discordar da ideia”. 

“Países como os Estados Unidos e o Reino Unido, bem como a Europol, entendem que os serviços encriptados oferecem uma plataforma de comunicação segura que pode ser utilizada por grupos criminosos e terroristas, sem possibilidade de controlo das autoridades. Empresas e activistas contrapõem que a encriptação protege cidadãos e organizações face a acções criminosas e actos de perseguição política.” 

 

Mais informação no site CNNTech e no Público