Visita de nostalgia à antiga sede de um jornal desalojado

Há mais recordações do jornal que ficaram. A parede da recepção ostenta uma quantidade de letras de impressão, esculpidas em madeira, em grande formato; e as salas destinadas a reuniões ou conferências têm nomes como - “sala de composição”.
Muitos dos antigos trabalhadores ficaram chocados, na altura, quando souberam do destino da casa, mas alguns voltam ao local em visita de nostalgia e apreciam o que lhes parece respeitar, de algum modo, a memória do passado.
No piso de baixo, onde funcionava a impressão, há agora uma galeria de arte. O que já não se encontra em lado nenhum, como conta o autor, é uma antiga escada em espiral, uma passagem “demasiado estreita entre dois pisos, onde um dia aconteceu uma zaragata entre um editor da secção desportiva e o dono de um clube local”.
Foi um tempo em que a redacção era praticamente aberta ao público, e as pessoas podiam ver da rua os repórteres a escreverem os seus trabalhos. Quando “passar a noite no edifício significava ter de dormir sobre a secretária”.
Como conta Meredith Goad, outro antigo jornalista da casa - “Todos nos queixávamos daquele edifício; era apenas um velho prédio decadente, mas todos ficámos tristes quando tivemos de sair”.
Esta história não é estranha a casos recentes em Portugal, onde sedes históricas de jornais foram alienadas. Infelizmente, quer no caso do Diário de Notícias, quer do Jornal de Notícias, do Porto, ambos os jornais perderam as sedes históricas mas não foi preservada a memória.
O artigo aqui citado, na íntegra, na Columbia Journalism Review