Violência contra jornalistas no México compromete trabalho dos “media”
O México é considerado um dos países mais perigosos para a prática do jornalismo, uma vez que os profissionais dos “media” são alvo de perseguição e de ameaças.
Aliás, desde o início do ano, os Repórteres sem Fronteiras deram conta de um escalar da violência neste país, com o registo de seis homicídios em menos de dois meses.
Em entrevista para a Asociácion de Medios de Informácion, Adrián López, director geral do Grupo Noroeste, uma das principais editoras de imprensa mexicanas, explicou que este é um problema estrutural, que está longe de ser solucionado.
“Desde que foi declarada, em 2006, a guerra ao tráfico de droga, que assistimos a um agravamento dos ataques contra os jornalistas”, afirmou López, acrescentando que a maioria dos crimes não são levados a julgamento.
“Os crimes contra jornalistas não têm consequências sociais ou políticas. É verdade que os assassinatos são perpetrados pelos traficantes, mas o Estado está envolvido”.
Além disso, considerou López, os jornalistas ainda não conseguiram organizar-se de forma eficaz, a fim de alertar para a gravidade deste cenário.
“Falta uma organização interna e solidária entre os ‘media’, que consiga abrir os olhos à opinião pública e às autoridades”, afirmou.
Isto acontece, continuou aquele profissional, porque os jornalistas ainda não contam com apoio social, uma vez que muitos cidadãos continuam a desconfiar do trabalho dos “media”.
Fevereiro 22
“É muito fácil criminalizar a vítima, porque, desta forma, as pessoas conseguem justificar a impunidade criminal”, disse López. “Além disso, existem meios de comunicação que apoiam o ‘status quo’, uma vez que são financiados pelo governo. Assim, perpetua-se a ideia de que certos jornalistas merecem ser atacados, e que o crime não terá um custo social ou legal”.
López considera, por isso, que, pelo menos num futuro próximo, devem ser as empresas jornalísticas a garantir a segurança dos seus colaboradores, oferecendo-lhes materiais de protecção, bem como representação legal.
Ainda assim, e mesmo perante todos os obstáculos ao exercício livre do jornalismo, López defende que a dedicação à partilha de informação independente continuará a compensar.
“O jornalismo recompensa-nos sempre. Pode ser uma profissão ingrata, mas quando conseguimos fazer a diferença, sentimo-nos validados. E os mexicanos merecem que continuemos nesta missão”.
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