Vigilância técnológica maciça está a ser subestimada pelo jornalismo

O autor do texto chama a atenção para os “impactos que a vigilância em massa está provocando na sociedade e, mais especificamente, no jornalismo”:
“A opressão e o retrocesso democrático são impulsionados por princípios jornalísticos elásticos e as alardeadas conquistas tecnológicas estão sendo utilizadas como instrumentos de monitoramento da sociedade. Formas de contestação e os espaços de privacidade estão sendo interditados por possibilidades de monitoramento, consequentemente jornalistas e cidadãos estão expostos às ferramentas de vigilância indiscriminada.” (…)
Citando Alan Rusbridger, autor de Life after Snowden: Journalists’ new moral responsibility, “as razões pelas quais o Estado quer penetrar e controlar o universo digital são as mesmas que o tornam um instrumento de liberdade; o que está em jogo são interesses públicos concorrentes e conflituantes, incluindo aqueles representados por corporações, libertários civis, agências de inteligência, advogados, jornalistas e políticos”. (…)
“Grande parte do trabalho jornalístico está ligado à confidencialidade de suas fontes e de suas apurações, de modo que, caso diferentes formatos de intrusão possam identificar os registos de telefone, lista de contactos, os e-mails, textos, a localização, metadados e conteúdos produzidos pelos jornalistas, estamos em uma zona de risco sem precedentes.”
O autor refere-se depois às novas questões trazidas pelas grandes fugas de informação e à “necessidade de apuração e tratamento destas fontes de informação, pois esses dados precisam ser decifrados e divulgados como informações jornalísticas”. (…)
A concluir, afirma que os jornalistas “devem estar cientes dos riscos aos quais estão expostos em um contexto que está extinguindo ambientes pessoais e espaços privados. Os governos e as grandes empresas estão muito mais preparados do que os cidadãos para essa disputa desigual pela liberdade nos ambientes digitais". (…)
O texto citado, na íntegra, em ObjEthos