Variações do consumo mediático nos EUA em ano eleitoral e de pandemia
O ano passado ficou marcado pela pandemia e pelas consequentes crises políticas e sociais.
Da mesma forma, em 2020, começou a verificar-se a polarização da sociedade, o que se manifestou, igualmente, em discrepâncias no consumo noticioso.
Estas tendências foram analisadas, nos Estados Unidos, pelo Pew Research Center, que foi publicando, ao longo do ano, relatórios individuais sobre os principais comportamentos dos leitores dos “media”.
Estes estudos foram, entretanto, compilados, resultando em algumas conclusões sobre os interesses noticiosos dos cidadãos norte-americanos, com foco nas temáticas da pandemia e das eleições presidenciais.
Em primeiro lugar, o relatório do Pew Research Center dá conta da existência de “Eco Chambers”, ou, em português, câmaras de eco.
Ou seja, cerca de um quarto dos cidadãos norte-americanos consome, apenas, informação daquilo que vai ao encontro das suas crenças e ideologias.
Além disso, o Pew Research Center concluiu, neste sentido, que cerca de um terço dos cidadãos republicanos confiou em Donald Trump como principal fonte de informação sobre o coronavírus.
Como consequência, a maioria destes indivíduos disse acreditar que a situação pandémica estava a ser "exacerbada", criticando, igualmente, o papel dos “media”.
Março 21
Neste contexto, o Pew Research Center assinalou que, com o passar do tempo, os republicanos deixaram de mostrar interesse pelos artigos respeitantes ao coronavírus. O nível de interesse dos democratas, por outro lado, manteve-se, relativamente, constante.
Ademais, os cidadãos que disseram confiar na informação transmitida por Trump, demonstraram-se mais preocupados com a possibilidade de fraude eleitoral nas eleições presidenciais de 2020.
O Pew Research Center assinalou, da mesma forma, que os cidadãos republicanos se mostraram mais susceptíveis em acreditar em artigos de desinformação.
Contudo, a preocupação com a proliferação de informações falsas foi partilhada, tanto, pelos apoiantes do Partido Democrata, como Republicano.
Aliás, em véspera de eleições, cerca de 60% dos norte-americanos em idade adulta disseram estar preocupados com os efeitos das “fake news”.
Neste sentido, é, ainda, importante ressalvar que os cidadãos que identificaram as redes sociais como principal fonte noticiosa (cerca de 18%) demonstraram menos conhecimento a nível político e eventos actuais, além de estarem mais expostos a notícias falsas.
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