Sobre a data de nascimento, Le Figaro adianta pormenores :

"Fundado por Maurice e Jeanne Maréchal, o semanário satírico foi criado, de facto, a 10 de Setembro de 1915, mas só durou cinco números", por problemas de censura e de abastecimento de papel de impressão. Foi relançado, desta vez para durar, no dia 6 de Julho de 1916.

 

"A nossa função é informar e distrair os nossos leitores, com papel de jornal e tinta. É uma bela tarefa, que chega para ocupar a nossa equipa"  - lê-se no site (minimalista) do jornal. Como conta o Huffington Post, "desde 2012, o Canard utiliza o Twitter, mas unicamente para anunciar a manchette da semana e os dossiers incluídos".

 

"Sobre a discrição dos seus jornalistas assenta, de facto, grande parte da economia do jornal. Porque, se a receita ancestral do Canard continua a funcionar um século depois da sua criação, é porque as confidências podem fazer-se ali com toda a segurança. Dão-nos mais informações porque nós respeitamos totalmente o anonimato dos informadores" - explica Erik Empatz.

 

O Huffington Post recorda, a propósito, o episódio de Dezembro de 1973, em que agentes da Direcção de Vigilância do Território (a antiga DGSI), disfarçados de bombeiros, foram apanhados a instalar aparelhos de escuta na futura sede do jornal, na rua Saint-Honoré. Esperavam poder interceptar as conversas e, sem dúvida, obter os nomes de informadores do jornal.

Acaba por haver algum mistério em torno da sua história, e o Huffington Post recorda também os episódios em que outros jornalistas puseram em causa a independência da redacção do Canard Enchaîné, alegando que tinha ligações ao Presidente Sarkozy e que favorecera, em 2007, a sua campanha, em detrimento da de Ségolène Royal.

"Não temos conivências  - responde Erik Empatz. -  Temos contactos."

 

"É um jornal que não recebe publicidade, não tem accionista exterior, e que é totalmente dono do seu funcionamento económico"  - explica Laurent Martin, historiador, autor do livro Le Canard enchaîné ou les fortunes de la vertu, histoire d'un journal satirique. "É por esta independência financeira que ele tem os meios de uma independência redactorial, o que lhe confere um tom particular, desabrido, irrespeitoso."

 

Le Canard Enchaîné tem uma redacção de 30 jornalistas, incluindo os dez ilustradores, mais uma dezenas de pessoas na administração e colaboradores externos, e vende uma média de quase de 390 mil exemplares por semana.


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