O cartoon da polémica representa Donald Trump como um cego conduzido por um cão-piloto  - que tem o rosto do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Trump tem sobre a cabeça a tradicional kippah judaica, e Netanyahu leva ao pescoço a estrela de David. 

O cartoonista  - que aqui citamos do Observador -  explica a leitura que fez para produzir o cartoon

“A política de Benjamin Netanyahu, quer pela aproximação de eleições, quer por estar protegido por Donald Trump, que mudou a embaixada para Jerusalém reconhecendo a cidade como capital, e que permitiu primeiro a anexação dos Montes Golã e depois da Cisjordânia e mais anexações na Faixa de Gaza, significa um enterro do Acordo de Oslo, representa um aumento da violência verbal, física e política.” 

“É uma política cega que ignora os interesses dos palestinianos. E DonaldTrump é um cego que vai atrás. A estrela de David [símbolo judaico] é um auxiliar de identificação de uma figura [Netanyahu] que não é muito conhecida em Portugal”  - explicou ainda. 

Em mensagem no Twitter, Trump exige um pedido de desculpas dirigido a si: 

“O New York Times pediu desculpas pelo terrível cartoon antissemita, mas não pediram desculpas a mim por isto e por todas as notícias falsas e corruptas que publicam diariamente. Atingiram o nível mais baixo do ‘jornalismo’ e, certamente, um ponto baixo na história do The New York Times”. 

Também o filho mais velho do Presidente dos EUA, Donald Trump Jr. utilizou a sua conta do Twitter para escrever: “Não tenho palavras para o antissemitismo aqui exposto. Imaginem se isto não estivesse num jornal de esquerda?” 

No comunicado publicado no seu site, a direcção do Expresso invoca a “liberdade de expressão e de opinião” e a independência face aos “poderes políticos, económicos ou religiosos” para defender a sua posição: 

“O cartoon de António é um espaço de opinião onde, neste caso, o autor reflete a sua visão da política externa dos Estados Unidos.Entendemos que o mesmo não inclui, nem propaga, qualquer mensagem antissemita”. (...)

Acrescenta ainda que “nunca foi intenção retratar Israel ou a religião judaica e o seus fiéis de forma menos digna”, dirigindo-se aos membros da comunidade judaica “que se possam ter sentido ofendidos.” (...)

 

Mais informação no Observador  e no Expresso.