A atitude oficial do próprio Independent tem menos de epitáfio e mais de uma bravura de desafio tipicamente britânica. O último editorial impresso, que aqui citamos do DN – Media, afirma: 

"Agora publicamos em várias plataformas digitais e temos a nossa maior audiência de sempre. É por isso que The Independent, longe de acabar, está a mudar. Hoje, as máquinas de impressão pararam, a tinta secou e o papel deixará de se enrugar. Mas conforme um capítulo se fecha, outro abre-se, e o espírito do The Independent continuará a florescer. O nosso trabalho continua, a nossa missão resiste, a guerra ainda soa, e o sonho dos nossos fundadores nunca morrerá". 

"Durante três décadas combatemos a hipocrisia, a ignorância, a tirania, a pobreza, a fraude e os absurdos das celebridades"  - é o resumo do mesmo editorial, sobre a missão cumprida. 

O Independent foi fundado por um grupo de jornalistas dirigido por Andreas Whittam Smith, em 1986, com a frase de promoção:  “It is. Are you?” (É, sim. E você é?)  - que pretendia responder à pergunta óbvia de quem o visse pela primeira vez: Independente? Mas será mesmo?  Agora, esta sua última edição impressa vem com outra frase: “It’s changing. Are you?”  -  (Ele está a mudar. E você, está?) 

No ponto mais alto da sua expansão, no final dos anos 80, The Independent  chegou a ultrapassar os 400 mil exemplares de tiragem, mas recentemente tinha caído para um décimo desse número  -  40 mil ou um pouco mais, até aos 60 mil, segundo a estimativa mais optimista. 

O artigo do Guardian conta que “está previsto que mais de cem jornalistas percam os seus empregos, depois de apenas trinta se mudarem para o Independent exclusivamente digital, incluindo jornalistas de há mais tempo, como Robert Fisk e Patrick Cockburn.”  

 

Mais informação no DN – Media e no The Guardian