” The Guardian” evoca o bicentenário e retrata os seus erros e falhas editoriais
O “Guardian” celebrou, recentemente, o seu 200º aniversário. Como tal, o jornal britânico publicou uma edição especial, dando destaque a artigos sobre a importância da liberdade de imprensa, bem como a cartas enviadas por editores da imprensa internacional.
Contudo, por esta ocasião, o “Guardian” quis, ainda, reconhecer as suas falhas ao longo dos anos, assinalando-as como momentos de aprendizagem.
Neste sentido, o “Guardian” começou por recordar que dedicou apenas algumas linhas ao naufrágio do Titanic em 1912; publicou artigos com base em descobertas científicas mal fundamentadas; além de ter anunciado, na década de 1970, a chegada de uma “era do gelo”.
No entanto, conforme referiu o jornal, os seus maiores erros foram cometidos na coluna editorial, já que é nesta secção que as publicações assinalam o principal assunto do dia e “onde os erros ficam marcados para a posteridade”.
Neste âmbito, o “Guardian” recordou que, no final da década de 1860, defendeu a criação de uma Confederação no Sul dos Estados Unidos, criticando, por isso, a presidência de Abraham Lincoln.
Conforme assinalou o jornal, para o “Guardian” daquela época, “Lincoln era uma fraude que tratava a emancipação dos escravos como algo negociável, que isso era um obstáculo da união dos EUA”.
Além disso, num editorial publicado após o assassinato daquele Presidente norte-americano, o jornal referiu-se às suas políticas como “uma série de actos abomináveis contra toda a verdadeira noção de direito constitucional e de liberdade humana”.
Maio 21
Mais tarde, com a chegada do século XX, o “Guardian” desvalorizou, em 1914, o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, afirmando que o incidente não teria “nenhum efeito imediato ou relevante na política europeia”.
Além disso, em 1917, esta publicação defendeu a criação de uma “casa para os judeus na Palestina”, uma medida sugerida por Arthur Balfour, antigo ministro britânico para os negócios estrangeiros, já que “ a população árabe da Palestina” era “ pequena e pouco civilizada”.
Entretanto, com o decorrer dos anos, o jornal passou a acompanhar, de perto, aquilo que ocorria na Europa, alinhando-se com as opiniões e tendências dos restantes títulos do “velho continente”.
Assim, o “Guardian” acredita que os editores fazem toda a diferença para uma publicação, já que influenciam a linha editorial dos jornais, seleccionando, igualmente, quais os artigos de opinião que devem figurar nas suas páginas.
O jornal britânico assume-se, agora, como um título europeísta, condenando a realização de referendos. Por isso mesmo, refere a isenção noticiosa perante o “Brexit”, como a sua “grande falha” mais recente.
Posto isto, o “Guardian” garante que se mantém atento aos erros da passado, já que “ninguém sabe os veredictos que a História nos ensinará no futuro, sobre as opiniões que nos parecem óbvias no presente”.
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