“Teorias da conspiração” e notícias falsas nas narrativas sobre a vacinação da covid-19
Nos Estados Unidos, a falta de relatórios de “fact-checking” sobre o processo de vacinação está a resultar numa maior disseminação de “teorias da conspiração” e de notícias falsas, notou a equipa de “First Draft" do “Nieman Lab”.
De acordo com os autores, existem diversas narrativas populares sobre este tema, destacando-se, por exemplo, os artigos que defendem que as vacinas são experimentais e que têm efeitos nocivos.
Este tipo de narrativa serve, também, de base para outras “teorias da conspiração”, que defendem que o processo de inoculação integra uma missão das elites mundiais para alterar a genética humana.
Uma outra corrente de desinformação reitera que o contacto com pessoas vacinadas pode causar alterações nos ciclos menstruais e, em casos mais graves, em abortos espontâneos.
Apesar de ter sido negada por profissionais da saúde, esta “teoria da conspiração” tem sido, rapidamente, partilhada por “sites” de desinformação médica.
Isto teve algumas consequências no “mundo real”. A título de exemplo, no Canadá, algumas empresas proibiram a entrada a cidadãos vacinados, para “proteger as mulheres”. Além disso, na Flórida, uma escola privada pediu aos professores imunizados que se mantivessem afastados dos estudantes.Mais recentemente, começaram a circular artigos que alegavam que a criação de doses extra das vacinas para combater novas variantes, era, na verdade, um pretexto para que as farmacêuticas continuassem a lucrar com a pandemia.
Tudo isto foi exacerbado pelo facto de as farmacêuticas não serem transparentes quanto à tabela de preços das vacinas.
Junho 21
Ora, de acordo com a equipa do Nieman Lab, estes rumores têm circulado tão rapidamente porque há um “défice de dados”. Ou seja: existem mais artigos de desinformação, do que peças de “fact-checking” sobre este assunto.
Além disso, a maioria destas plataformas não tem contas activas nas redes sociais, o que faz com que saiam do “radar” dos verificadores de factos.
Perante estes dados, o “Nieman Lab” acredita que as organizações médicas devem ser pró-activas e conduzir investigações prévias sobre possíveis teorias da conspiração, bem como redigir peças explicativas sobre os novos desenvolvimentos.
Caso contrário, os “sites” de desinformação terão maior facilidade em descontextualizar acontecimentos e afirmações de profissionais e investigadores na área da saúde.
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