Por outro lado, há vários anos que o sector dos “media” tem vindo a implementar  cortes drásticos nas redacções, juntamente com um excesso no número e variedade de tarefas a realizar, bem como uma  constante actualização em noções relacionadas com as novas tecnologias.


Tudo isto foi exacerbado pela pandemia, recorda a autora, já que passou a ser exigido que os jornalistas trabalhassem a um ritmo recorde, muitas vezes sem terem contacto directo com os seus colegas de profissão, e sem terem confiança na informação que estavam a partilhar, devido à rápida disseminação de notícias falsas e boatos sobre o coronavírus.


Podemos falar, assim, de um nível exaustivo de hiperconectividade, já que esta nova realidade obrigou os profissionais dos “media” a produzirem cada vez mais conteúdo, e a partilharem as suas ideias através de videoconferências. A este cenário acrescem, ainda, os salários baixos e os longos horários de trabalho.


Além disso, por norma, os jornalistas são expostos a situações traumáticas, o que pode aumentar a probabilidade de virem a desenvolver problemas do foro psicológico. 


Assim, alguns especialistas defendem que os responsáveis pela redacção devem estar atentos aos sinais de esgotamento mental, mostrando-se empáticos com a situação. 


A autora recorda, neste sentido, que algumas empresas já começaram a implementar sistemas de apoio para jornalistas, que consistem em promover a comunicação aberta, o debate, a educação para a saúde mental e o reconhecimento do sofrimento dos profissionais.

Leia o artigo original em "Cuaderno de Periodistas"